Decorre na zona económica exclusiva de São Tomé e Príncipe o exercício militar conjunto, que envolve a guarda costeira de cerca de duas dezenas de países da região do Golfo da Guiné, visando combater a pirataria marítima.
O Golfo da Guiné tem sido nos últimos anos palco de vários atos de pirataria marítima e pesca ilegal que aumentam a preocupação da comunidade internacional com a segurança desta sub-região africana.
A localização estratégica e a dimensão do território marítimo de São Tomé e Príncipe no Golfo da Guiné fazem deste arquipélago um parceiro fundamental no combate a pirataria marítima nesta sub-região do continente africano.
Os Estados unidos de América, Brasil, Portugal e França têm se preocupado com a segurança marítima no Golfo da Guiné, em particular na zona económica exclusiva do arquipélago, cujo território marítimo é 160 vezes maior que o terrestre.
Há cerca de dois meses o governo norte americano financiou a instalação no país de um moderno sistema de radar para o controlo do mar, mas a guarda costeira nacional lamenta a falta de meios de patrulha e abordagem.
Faltam meios
“Esses equipamentos capacitam-nos em termos de observação, mas falta-nos meios de abordagem, ou seja, capacidade de irmos lá e abordar os navios que estão a praticar ilícitos”, diz Armindo Rodrigues, comandante da guarda costeira são-tomense na sala de observação onde os militares afirmam que muitas vezes assistem de braços cruzados atos de pirataria marítima.
“Anualmente registamos cerca de 60 atos de pirataria marítima no alto mar” revela o primeiro tenente, Walter Fernandes, chefe de operações navais da guarda costeira sã-tomense e especialista em segurança marítima, busca e salvamento no alto mar, sublinhando que a maioria são assaltos à mão armada, tráfico e pesca ilegal.
“A pesca ilegal é praticada por embarcações de alguns países vizinhos, mas principalmente navios chineses”, afirma o primeiro tenente da guarda costeira, lamentando a falta de meios de patrulha. “Só temos duas lanchas que têm autonomia só para dois a três dias no mar (...) nunca tivemos que agir ao nível de combate”.
O exercício marítimo, aéreo e naval que visa a formação de militares da guarda costeira de cerca de duas dezenas de países do golfo da guiné, decorre pela sétima vez nesta região do Golfo da Guiné e é financiado pela marinha francesa com a participação de de Portugal e Brasil.
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