Uma filha de Jonas Savimbi, fundador da UNITA, adverte que o partido não deve ser visto como herança de quem quer que seja, nem um instrumento ao serviço da incompetência.
A dois dias do 13º congresso extraordinário, Ginga Sakaita Savimbi salienta que só um partido nacional e unido tem condições para chegar ao poder.
Apoiante do candidato Adalberto Costa Júnior, a filha de Savimbi, que esteve em Benguela nas últimas horas, avisa, mais do que o apelo à coesão, que é preciso um presidente a olhar para o sofrimento dos angolanos.
“A UNITA não é herança de ninguém, é nacional e democrático. Ninguém é mais militante do que o outro, com o nosso candidato os cargos serão por competência’’, reforça Ginga Savimbi.
Na hora dos agradecimentos, Adalberto Costa Júnior, apoiado nos 44 anos de independência, disse que a sua candidatura visa afastar a UNITA da periferia da política.
"Mas… sempre os mesmos, será que alguém nasceu para mandar?’’, questiona Costa Júnior, acrescentando que ‘’não aceitamos viver na periferia, até porque a UNITA está a actualizar os seus programas e as expectativas de cada cidadão’’.
Horas depois, o general Abílio Kamalata Numa, outro dos cinco candidatos à sucessão de Samakuva, apontava também para a alternância, com base num ‘’galo negro’’ auto-suficiente.
“O momento actual é que o MPLA vai mesmo ter de ser substituído, não tem como. Nunca vimos uma crise tão profunda, e naquele tempo os ‘fantoches’ eram os outros, mas eles, agora, se intitulam ‘marimbondos’, têm de sair’’, sublinha o general na reserva.
O congresso do principal partido da oposição em Angola decorre entre 13 a 15 em Luanda e tem como ponto alto da agenda a eleição do terceiro líder da organização, depois de Jonas Savimbi e Isaías Samakuva.
Adalberto Costa Júnior, Alcides Sakala, Abílio Kamalata Numa, Raúl Danda e José Pedro Catchiungo são os candidatos.