A gestão transparente e políticas mais redistributivas de rendimentos do sector extrativo poderão diminuir o financiamento externo ao orçamento de estado moçambicano, dizem analistas analistas locais.
O primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, disse no parlamento, que 74.8 porcento das despesas públicas previstas no Orçamento de Estado para 2016 serão financiados por fundos domésticos e os restantes 25.2% por fundos externos.
Para aquele governante, isso traduz o esforço que o país está a fazer no sentido de reduzir a dependência da ajuda externa.
Contudo, alguns economistas ouvidos pela VOA opinam que essa dependência seria ainda menor, com uma melhor gestão de recursos naturais, redistribuindo os seus rendimentos pela agricultura, pescas e outros sectores.
O economista Eduardo Sengo, conselheiro da Confederação das Actividades Económicas de Moçambique, considera que o sector extrativo, nomeadamente, hidrocarbonetos e minerais, está a crescer muito em Moçambique, devido aos altos investimentos e seus rendimentos.
Sengo destacou que "os rendimentos dos sectores mais rentáveis devem ser transferidos para as áreas de agricultura, pescas e outras actividades ligadas às pequenas e médias empresas, para impulsionar o seu desenvolvimento".
Para o Centro de Integridade Pública-CIP, os esforços do Governo para a redução da dependência externa devem ser acompanhados por uma maior transparência orçamental.
O economista João Mosca acha que a tentativa governamental de reduzir a dependência externa se deve ao facto de alguns doadores estarem cansados de não ver nada feito por parte do Executivo, relativamente ás contrapartidas que exigem para o sustento do orçamento de Moçambique, sobretudo no que se refere à corrupção.
Refira-se que alguns doadores deixaram de financiar directamente o Orçamento de Estado, optando pelo financiamento de projectos de desenvolvimento.