O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (CEMFA), general Geraldo Sachipengo Nunda, esclarece que não assinou qualquer acordo com os cidadãos tailandeses sobre o suposto financiamento de 50 mil milhões de dólares.
Em nota explicativa retomada pelo portal “Maka Angola”, o general Nunda informa que até ao momento não recebeu qualquer comunicação oficial de ter sido constituído arguido.
Ele sustenta que, de facto, a PGR já pediu desculpas públicas pelo aparente equívoco e que continua a desempenhar as suas funções sem quaisquer constrangimentos.
“O PGR foi ao meu gabinete pedir-me desculpas. Informei-o de que as desculpas deveriam ser dirigidas aos soldados e oficiais que confiam e acreditam em mim. Seria bom que o PGR lhes pedisse desculpas em primeiro lugar”, relata o general Nunda.
O chefe do EMGFAA esclarece que o seu nome foi associado ao suposto financiamento a convite dos accionistas da Cooperativa Ondjo Yetu, na sua qualidade de presidente da mesa da assembleia geral da mesma, mas que em nenhum momento agiu sem o conhecimento do Conselho de Administração da Ondjo Yet, do Presidente da República João Lourenço e do ministro da Defesa.
A Ondjo Yetu precisava, então, de encontrar parceiros financeiros para desenvolver as suas actividades.
“O brigadeiro Arsénio levou várias propostas ao meu gabinete, as quais não tiveram sequência”, conta o general Nunda, que afirma ter escrito Presidente da República e comandante-em-chefe, general João Lourenço, informando-o sobre o projecto e a proposta de acordo.
Lourenço, por sua vez, despachou a correspondência para o ministro da Defesa, general Salviano de Jesus Sequeira “Kianda”.
A 12 de Fevereiro, o general Kianda emitiu o seu parecer ao chefe do EMGFAA, em que levantou dúvidas sobre a capacidade técnica e financeira da empresa tailandesa, bem como sobre a sua credibilidade.
“Como havia dúvida no despacho do ministro, achei que não deveria assinar o acordo e não o fiz”, esclarece o general Nunda, adiantando que no regresso de uma das missões oficiais, a 3 de Março de 2018, o PGR foi ao seu gabinete pedir que se demitisse do cargo, em face das denúncias sobre o seu suposto envlvimento na tentativa de burla ao estado.
“O PGR propôs-me que eu colocasse o meu cargo à disposição. Eu respondi-lhe que não o faria porque não fiz nada que fosse repreensível nem cometi qualquer crime”, revela o general Nunda.
O activista Rafeal Marques considera que ao exigir a demissão do chefe das Forças Armadas, o PGR extravazou as suas competências e devia pedir a demissão por isso, tal como já foi sugerido por um alto dirigente do MPLA.
Para o jurista Lindo Bernardo Tito, a posição do general Pita Grós não tem qualquer implicação jurídica se o fez a título pessoal e em jeito de conselho a um amigo.