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General Miala pode vir a supervisionar todos os serviços de inteligência de Angola


Fernando Miala toma posse como chefe do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (Foto de Arquivo)
Fernando Miala toma posse como chefe do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (Foto de Arquivo)

O general Fernando Garcia Miala pode vir a ser nomeado pelo Presidente da República de Angola, João Lourenço, ao cargo máximo de supervisor de todos os serviços de inteligência.

A queda e ascenção do General Miala - 3:35
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Depois de ter sido até colocado na cadeia, Miala pode lançar uma ampla reforma dos serviços de inteligência.

General Miala, como é conhecido, é filho de pai eletricista e mãe doméstica e nasceu em Luanda a 30 de Julho de 1959.

Licenciado em psicologia, passou por centros de instrução na Rússia, Cuba, Israel e Brasil, e cumpriu missões militares em São Tomé e Príncipe e Saurimo.

Mais tarde foi chamado para fazer parte das estruturas que funcionavam na órbita da Presidência da República, na então Secretaria de Defesa e Segurança, e depois na Comissão de Segurança Estratégica (COSSE).

Rui Kandove cientista político que acompanha o percurso de Fernando Garcia Miala diz ser um dos primeiros a se opor ao sistema corrupto que o país vive.

“General Miala é seguramente uma figura extraordinária, basta lembrar que foi ele o primeiro angolano que se colocou contra os desvios do dinheiro que vieram da China”, lembra aquele analista, para quem “seria colocar a pessoa certa no lugar certo”.

Kandove acrescenta, no entanto que “infelizmente a sua trajetória foi interrompida em 2006, quando ele denunciou os desvios do dinheiro da China, mas agora Miala terá de se atualizar porque os métodos mudaram”.

José Gama, especialista em relações internacionais e diplomacia, caracteriza Fernando Garcia Miala como responsável pelo trabalho de inteligência que levou o Governo a desativar as redes externas da UNITA, que culminou com o enfraquecimento da guerrilha e o fim do conflito armado.

“A segunda fase é quando começa a se firmar como perito de segurança, tem a sua autonomia profissional e é transferido para o Governo como vice-ministro do Interior para o sector da segurança, mas logo a seguir deixa o Governo central para ser nomeado diretor-geral do então criado SIE, órgão dependente do PR”, lembra Gama.

Aquele analista lembra que, depois, “ele foi emboscado por uma outra corrente que o afasta, o prende e sequestra o poder do então PR, é este mesmo grupo que o afasta e ganha espaço para realizar o saque ao empréstimo bilionário da China, dando lugar à corrupção em Angola, no período em que José Eduardo dos Santos é remetido à vulnerabilidade”.

Com a ascensão à Presidência de João Lourenço, Miala foi chamado para dirigir o Serviço de Inteligência e Segurança do Estado

O general fala fluentemente inglês, ruso, espanhol, frances e lingala.

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