Analistas angolanos concordam que o general José Maria conseguiu colocar grandes dúvidas sobre a legalidade de acusação que se recusou a devolver documentos sobre a batalha de Cuito Cuanavale como exigido pelo Presidente João Lourenço.
O general José Maria disse ao tribunal que o presidente não tinha emitido qualquer ordem por escrito para a devolução dos documentos cujo retorno lhe foi pedido pessoalmente pelo actual chefe dos serviços de inteligência, o generalFernado Garcia Miala .
O general José Maria acusou o Presidente João Lourenço de ser o culpado de todo o processo contra si por não ter dado uma ordem escrita para entregar a documentação ao general Fernando Garcia Miala, acrescentando que“ninguém deve executar nada sem título” e o Presidente João Lourenço não tinha emitido qualquer ordem por escrito.
Analista dão razão e questionam com que razão João Lourenço deu uma ordem verbal uma vez que José Maria já não se encontrava no activo.
Segundo o analista Olivio Kilumbo, se o presidente da República João Lourenço tivesse dado uma ordem escrita, para que o antigo chefe Serviço de Informação e Segurança Militar (SISM) António José Maria entregasse ao Fernando Gracia Mila actual chefe do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), talvez a contenda entre os dois oficiais de espionagem não teria chegado a este ponto.
“Com que intenção é que o presidente orientou, sem uma ordem escrita uma vez que ele já não era militar no activo e não cumpria ordens militares?”, interrogou.
Agostinho Sicato outro analista entende que o erro está no facto de não ter havido uma ordem escrita e que este facto servirá como atenuante para o general José Maria.
“O Presidente conhecia os dois. Não tendo uma ordem escrita o João Lourenço torna-se culpado”, disse.
O tribunal marcou para 19 desde mes a discussão dos quisitos e 21, para a leitura da sentença.