O chefe do regime militar do Níger, general Abdourahamane Tiani, falou na terça-feira por telefone com o Presidente russo Vladimir Putin sobre o "reforço da cooperação em matéria de segurança", segundo um comunicado oficial.
Os dois países já tinham acordado em janeiro reforçar os laços militares quando o primeiro-ministro do Níger, Ali Lamine Zeine, chefiou uma delegação a Moscovo.
O Níger, um dos países mais pobres do mundo, tem sido um parceiro de primeira linha do Ocidente na luta contra os jihadistas no Sahel, mas abraçou a Rússia como um parceiro de defesa incipiente desde que o presidente eleito foi deposto no ano passado.
Os dois chefes de Estado "falaram da necessidade de reforçar a cooperação em matéria de segurança (...) para fazer face às ameaças atuais", refere o comunicado nigerino lido na rádio pública.
Discutiram também "projetos de cooperação estratégica global e multissectorial", acrescentou sem mais explicações.
"Houve também uma troca de pontos de vista sobre a situação nas regiões do Sahara e do Sahel, com ênfase na coordenação de ações para garantir a segurança e combater o terrorismo", disse Moscovo.
O general Tiani, que lidera o Níger desde o golpe de Estado de julho, agradeceu a Putin o "apoio" da Rússia ao país do Sahel e à sua luta pela soberania nacional.
Uma delegação russa também visitou o Níger em dezembro passado.
Os Estados Unidos ainda mantêm cerca de 1000 soldados no Níger, embora os movimentos tenham sido limitados desde o golpe e Washington tenha reduzido a assistência ao governo.
Uma delegação norte-americana de alto nível deslocou-se a Niamey em meados de março para renovar o contato com a junta, mas não conseguiu encontrar-se com Tiani.
O novo regime denunciou a cooperação militar com o Ocidente, afastando-se dos laços coloniais com a França.
O Níger tinha sido anteriormente uma base importante para os esforços militares da França para reprimir o extremismo islâmico proveniente da região do Sahel.
No início do mês, o Níger juntou-se aos vizinhos Mali e Burquina Faso, anunciando a criação de uma força conjunta para combater as rebeliões jihadistas que há muito grassam nos três países.
Os três países anunciaram em janeiro a sua intenção de se retirarem do bloco regional da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
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