Os terrenos de Chã das Caldeiras, no sopé do vulgarmente conhecido Vulcão do Fogo, são dos mais férteis de Cabo Verde, principalmente para a produção de frutas. Antes da erupção que iniciou no passado dia 23 de Novembro, economia das famílias e da região estava em franca expansão com a produção e comercialização de vários produtos, entre eles o vinho do Chã que já é exportado, e o turismo devido ao interesse em ver o vulcão.
Dez dias após o início da erupção, a madrugada desta terça-feira, 2, foi mais uma vez devastadora, com as lavas a consumiram a escola de Ensino Básico e a única pensão no local, além de ameaçar casas e terrenos.
O presidente da Câmara Municipal de São Filipe Luis Pires,que coordena o grupo de resposta na ilha, é taxativo ao dizer que apenas os terrenos poderão ser aproveitados no futuro "As terras que ficarem serão suficientes para relançar o desenvolvimento deste importante lugar turístico", garantiu.
Para fazer frente ao futuro, o Governo criou um Gabinete de Crise, dirigido pelo general Antero Matos que, em conversa com a VOA, explica os primeiros trabalhos a serem desenvolvidos. "Há uma equipa de técnicos que vai hoje ou amanhã ao Fogo identificar a área onde se irá alojar todos os residentes e criar as infra-estruturas necessárias para que possam retomar a sua vida", diz Matos.
As organizações da sociedade civil, igrejas e grupos de cidadãos têm desenvolvido um intenso trabalho na ajuda às vítimas do vulcão e, segundo Antero Matos, esse potencial irá ser usado no futuro.