Funcionários públicos no Huambo dizem ter sido forçados a participar numa marcha de apoio ao Governo provincial liderado por João Baptista Kussumua no passado domingo, 10.
O Executivo demarcou-se da marcha que diz não ter organizada por ele, mas sim pelo autointitulado Conselho da Sociedade Civil, que justificou o seu apoio às políticas do Governo.
Sem gravar entrevista, alguns funcionários dizem ter sido ameaçados de sanções caso não aderissem à marcha que percorreu as principais artérias da cidade de Huambo.
Um comunicado do gabinete do director geral do hospital do Huambo a que a VOA teve acesso referia ser obrigatória a participação de todos.
O secretário provincial do Partido de Renovação Social, António Solia, critica a medida que, para ele, é uma forma de “escamotear as falhas de uma suposta má governação”.
Solia classificou de “desumana” a forma como os participantes foram transportados.
“As pessoas foram transportadas em condições desumanas, em camiões” sublinhou
A marcha foi organizada pelo autointitulado Conselho da Sociedade Civil que diz pretender apoiar o Governo local nas políticas públicas e na sua intervenção junto das populações.
Este cenário surge uma semana depois dos jovens do autodenominado Movimento Revolucionário terem sido impedidos de levar a cabo uma manifestação contraa “alegada má governação e o nepotismo” no Huambo.