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Frente eleitoral angolana deve ser alargada para além dos partidos políticos


Um homem vota nas eleições gerais em Luanda. 31 de Agosto 2012
Um homem vota nas eleições gerais em Luanda. 31 de Agosto 2012

Os partidos da oposição devem unir-se a forças da sociedade civil se querem garantir o fim do poder do partido MPLA, disseram analistas angolanos nesta quinta-feira, 2.

Sociedade civil angolana pede união com partidos para as proximas eleições – 3:15
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O maior partido da oposição, a UNITA, está neste momento a finalizar a formação de uma Frente Patriótica, com o Bloco Democrático e o projecto Pra-Já Servir Angola visando chegar às eleições de 2022 com um bloco unido face ao MPLA.

Esta estratégia, no entanto, pode não ser suficiente, segundo alguns analistas que alertam para o perigo da criação de “partidos satélites” destinados a dividir o voto da oposição.

O jurista e activista angolano Fernando Macedo defendeu nesta semana que o MPLA só sairá do poder se os partidos políticos se unirem às organizações da sociedade civil.

O académico disse que será por esta via que as eleições deixarão de ser “sistematicamente batotadas”.

“Temos de nos organizarmos o mais urgente possível para pormos um fim às eleições batotadas”, declarou Macedo durante uma cerimónia de homenagem às vítimas da violência política em Angola.

O activista considerou “uma ditadura sanguinária” o regime político angolano que, segundo afirmou, “domina o sistema judicial, os bancos e todos os sistemas de distribuição da renda”.

Por seu lado, o investigador Fernando Guelengue admitiu haver “outros caminhos” que podem evitar que o MPLA se perpetue no poder.

Para ele, a união dos partidos da oposição é impossível devido à existência do que chamou de “partidos satélites”.

Guelengue defende “um modelo de união mais abrangente e eficiente” que inclua "não só só a sociedade civil mas as entidades religiosas, a academia e todas as forças sociais”.

O analista aponta como um terceiro caminho o que qualifica de “uma acção popular generalizada” se houve ruma crise eleitoral.

Por seu turno, o cientista político Nelson Domingos mostra-se favorável ao surgimento da anunciada Frente Patriótica, por entender que “o pacto entre esta entidade e os cidadãos pode ser fundamental para pôr fim ao jugo cleptocrático e autoritário do MPLA”.

As eleições gerais realizam-se em Agosto de 2022.

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