O antigo Presidente brasileiro Lula da Silva estará frente-a-frente com o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, nesta quarta-feira, 10.
O encontro acontece em Curitiba, capital do estado do Paraná, e é acompanhado de perto por centenas de jornalistas e curiosos e por milhares de manifestantes a favor do petista.
Caravanas de várias partes do Brasil partiram para a capital paranaense para prestar apoio ao antigo Presidente, apesar da polícia ter isolado o prédio da justiça federal e intensificar a fiscalização em toda a cidade, principalmente nas estradas.
São esperadas também manifestações contrárias a Lula da Silva e, por isso, o esquema de segurança para o depoimento em Curitiba prevê o isolamento desses grupos.
Lula é o último a prestar depoimento numa série de interrogatórios já feitos com acusados envolvidos nos processos relativos à reforma de um apartamento no Guarujá, no litoral de São Paulo, e de uma fazenda em Atibaia, no interior de São Paulo.
O depoimento acontece depois de Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, ter dito a Sérgio Moro que o apartamento pertence de facto a Lula, cuja defesa nega.
Marlei Fernandes, do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, espera que todo o esquema de segurança seja efectivo, mas teme que nem tudo saia como o planejado.
“Estamos trabalhando o tempo todo para que o ato seja pacífico, mas há sim alguma animosidade. Isso foi construído no decorrer desse último mês, principalmente nas últimas semanas. Mas acredito que os chamamentos feitos por paz e pelo direito de manifestar pode ajudar a não ter problemas com as autoridades. Espero que dê tudo certo”, disse.
João Pedro Stédile, coordenador geral do Movimento dos Sem Terra, ressalta que os apoiantes do antigo Presidente Lula da Silva estão em Curitiba para dar um recado aos críticos.
“O efeito prático é um alerta para Sérgio Moro e para todo o judiciário, para que eles não se atrevam a usurpar além do que a lei diz. E mesmo para o Congresso demonstra que todas essas estripulias que esse congresso golpista está fazendo tem tempo limitado”, ressaltou.
Após o depoimento de Lula da Silva, o processo entrará à fase final.
O Ministério Público Federal e as defesas poderão pedir as últimas diligências e, caso isso não ocorra, o juiz determinará os prazos para que as partes apresentem as alegações finais.
Em seguida, os autos voltam para o juiz Sérgio Moro, que vai definir a sentença, que não tem prazo para ser pronunciada.