A Frelimo iniciou a eleição de candidatos a governadores provinciais e de deputados de Assembleias Provinciais, com apelos para que o processo não agrave as clivagens no seio do partido.
Os candidatos estão a ser eleitos em conferências provinciais, preparatórias da participação da Frelimo nas eleições de 15 de Outubro próximo, sendo a tónica dominante a necessidade do reforço da coesão do Partido, abalado por escândalos de corrupção, para além da crise das dívidas ocultas.
Avelino Muchine, primeiro secretário da Frelimo na província de Maputo, disse que os candidatos a serem eleitos devem desenvolver a coesão do partido, realçando que "não queremos que das conferências saiam pessoas magoadas".
A Frelimo afirma ter mais de três milhões de membros, e uma das questões que dividem os camaradas é o facto de, muitas vezes, serem designadas as mesmas pessoas para cargos partidários ou do Estado.
"Temos muitos jovens formados e com capacidade, mas para cargos de direcção são indicadas sempre as mesmas pessoas", lamentou Carlos Fabião, 57 anos, membro da Frelimo.
Esta e outras questões, entre as quais o escândalo das dívidas ocultas, provocam desentendimentos entre membros do partido, muitos dos quais sempre se sentiram incomodados por este assunto.
Luisa Diogo, membro do Comité Central da Frelimo, assume que o partido não está coeso, mas diz que a situação já está a ficar ultrapassada.
O porta-voz da Frelimo, Caifadine Manasse, diz que estão disponíveis 60 por cento dos lugares para a continuidade e 40 para renovação.
Manasse explica que vai-se observar a distribuição de lugares entre as organizações sociais da Frelimo, nomeadamente, as organizações da Mulher e da Juventude moçambicanas e a Associação dos Combatentes da Luta Armada de Libertação de Moçambique.