Os Estados Unidos merecem um olhar diferenciado no Relatório Liberdade no Mundo 2019 da organização não governamental Freedom House, divulgado nesta terça-feira, 5, em Washington.
“Apesar da democracia na América permanecer robusta pelos padrões globais, enfraqueceu-se significativamente nos últimos oito anos, principalmente devido aos ataques do actual Presidente ao Estado de Direito, aos jornalistas e outros princípios e normas de democracia que ameaçam a liberdade”, escreve o presidente Michael J. Abramowitz, presidente da organização, que destaca que “o maior perigo vem do facto de que a democracia americana não ser infinitamente durável, especialmente se um Presidente demonstra pouco respeito por esses princípios”.
A Freedom House alerta para o facto de “outras nações observarem o que está acontecendo nos Estados Unidos, que pode dar sugestões do comportamento dos seus líderes” e lembra que “a deterioração em curso da democracia americana acelerará o declínio da democracia em todo o mundo”
A actual pontuação dos Estados Unidos no índice da Freedom House coloca a democracia americana ao nível da Grécia, Croácia e Mongólia, bem abaixo das outras grandes democracias como a Alemanha e o Reino Unido.
Na análise daquela organização não governamental, 68 países registaram queda no respeito pelos direitos políticos e liberdades em 2018, enquanto apenas 50 registaram melhorias.
“O ano passado foi o 13º ano consecutivo de declínio da liberdade no mundo, tendo o grupo de países não livres aumentado durante esse período e uma crise de confiança nas democracias há muito estabelecidas também se intensificou”, denuncia a Freedom House, que exemplifica a queda da Hungria, anteriormente apontada como um exemplo, para o grupo de parcialmente livre.
"Este padrão contínuo de declínio democrático global deve ser uma preocupação real para os americanos”, adverte Sarah Repucci, directora sénior de publicações globais da organização