O baterista e compositor moçambicano tem um novo disco: New Horizons, o mesmo que novos horizontes.
New Horizons, com treze músicas, é mescla de ritmos da Africa do Sul, Moçambique e jazz. Na gravação do disco, Frank Paco contou com músicos moçambicanos, sul-africanos e congoleses, entre eles Hélder Gonzaga, Xixel Langa, Sheila Jesuíta e Walter Mabas.
O título corresponde ao desejo de levar a música africana para o mundo e procurar mais interacção entre os artistas do continente.
Outro argumento de Frank é a preservação dessa música e transmissão da sua essência para as novas gerações.
No cancão Ancestral footsteps, pegadas ancestrais, fala disso e apela para o uso racional da tecnologia.
Numa recente conferência de imprensa, em Maputo, Frank disse, ao jornalista Ouri Pota, que a tecnologia melhora a comunicação, mas “não pode nos distrair” até ao ponto de vermos pessoas juntas, mas cada uma entretida com o seu telefone, ou “em vez de termos amigos próximos, termos amigos distantes”.
E através do tema Moz Blues, Frank Paco pede a paz na sua terra natal, que vive, nos últimos tempos, um conflito que já fez dezenas de mortes, além de danificar infraestruturas.
“Sempre que oiço as más notícias sobre guerras, o meu pensamento e orações vão para o povo de Moçambique”
Há mais de 30 anos fora de Moçambique, Frank sonha em regressar e acredita que com o que aprendeu é possível ajudar a mudar a situação.
Para ele, é importante "educar o povo que é preciso pagar o que o artista merece”, aliás, “sem música, o mundo seria um lugar muito triste.”
Frank Paco, formado em música na Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul, é o mais velho de um conjunto de irmãos moçambicanos que militam nas artes: Lucrécia Paco, atriz; Sininho Paco, poeta; Tony e Celso Paco, também bateristas.