O Papa Francisco pediu aos moçambicanos que amem os inimigos, sem lhes responder com violência, numa alusão à situação de violência armada em Cabo Delgado na homilia em que defendeu o combate à corrupção.
"Muitos de vós podem ainda contar em primeira mão histórias de violência e discórdia, uns na sua casa, outros de conhecidos" e "outros ainda pelo temor que feridas do passado se repitam e tentem apagar o caminho de paz já percorrido, como em Cabo Delgado", afirmou Francisco no Estádio Nacional do Zimpeto, em Maputo, nesta sexta-feira, 6.
O líder da Igreja Católica advertiu que “não se pode pensar o futuro, construir uma nação, numa sociedade sustentada na violência" porque, continuou, “nenhum país tem futuro se o motor que cobre as diferenças é a vingança ou o ódio".
País rico e pessoas pobres
A luta contra a corrupção também mereceu referência do Papa Francisco, quem lembrou ser Moçambique um território cheio de recursos naturais e culturais, mas onde "uma quantidade enorme de população vive abaixo do nível de pobreza".
"É muto perigoso aceitar que a corrupção seja o preço que temos de pagar pela ajuda externa", defendeu Francisco que disse esperar "que não seja assim entre vós".
O líder católico sublinhou que "por vezes, parece que aqueles que se aproximam com suposto desejo de ajudar, têm outros interesses (...) é triste quando isto se verifica entre irmãos da mesma terra, que se deixam corromper".
A missa durou cerca de 90 minutos e depois o Papa Francisco percorreu várias avenidas da cidade a caminho do Aeroporto Internacional de Maputo, onde se despediu do Presidente moçambicano Filipe Nyusi antes de seguir para Madagascar.