A fraca afluência dos cidadãos aos postos de registo eleitoral marcou o início nesta segunda-feira, 19, do recenseamento para as eleições municipais moçambicanas de Outubro próximo, pelo menos ao nível das cidades de Maputo e Matola.
Apesar da campanha de mobilização levada a cabo pelos órgãos eleitorais, o primeiro dos 60 dias do recenseamento eleitoral foi caracterizado por uma fraca participação dos cidadãos, alguns dos quais dizem mesmo que nem sequer se vão recensear porque não tiram nenhum benefício.
Yolanda Caetano, 27 anos, vive a cerca de 100 metros da Escola Primária Tunduru, no Município da Matola, e diz que se recenseou e já votou em ocasiões anteriores, mas desta vez não vai fazê-lo "porque nada mudou na minha vida, resultante do facto de eu ter votado".
Ao marcar o início do recenseamento eleitoral, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apelou aos cidadãos aparticiparem em massa neste processo, que se enquadra no contexto do reforço da democracia participativa.
Até às 12 horas locais, em alguns postos de recenseamento eleitoral da Matola tinham sido registados apenas entre cinco e oito potenciais eleitores.
"Penso que ao meio da tarde as coisas vão melhorar", disse um agente recenseador.
O recenseamento eleitoral foi antecedido de um trabalho de educação cívica, que na opinião de alguns analistas precisa de ser melhorado.
Eles dizem ser fundamental um exame da qualidade e tipo de educação cívica que se faz, porque dá a impressão de que a metodologia e os instrumentos que se usam precisam de ser adequados ao tipo de eleitores que o país tem, independentemente de ser do meio rural ou urbano".