Links de Acesso

Forças da ordem cercam Parlamento guineense e partidos reclamam maioria para formar Governo


Sede da Assembleia Nacional Popular
Sede da Assembleia Nacional Popular

As forças de segurança da Guiné-Bissau ocuparam as instalações da Assembleia Nacional Popular desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 7, dia em que o PAIGC, APU-PDGB, PND e UM, partidos que detêm a maioria parlamentar, tinham anunciado uma conferência de imprensa para as 10 horas.

Depois de alguma tensão por parte de pessoas que passaram perto da sede do Parlamento e de muitas denúncias nas redes sociais de que as forças de segurança pretendiam impedir a conferência de imprensa, elas abandonaram o local pouco depois das 8 horas da manhã.

À hora marcada, os partidos deram a conferência de imprensa na qual reiteraram a obrigatoriedade do Presidente da República, Úmaro Sissoco Embaló, de respeitar os resultados das legislativas de março de 2019, ganhas pelo PAIGC, e a posição da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (Cedeao) que exige a formação de um Governo até o dia 22 de maio.

O líder da bancada parlamentar do PAIGC, Califa Seide, começou por criticar o que chamou que “um dos atos mais bárbaros na história democrática” ao se referir à presença das forças de segurança no Parlamento.

“Tivemos conhecimento que a sede do ANP esteve invadida por forças de segurança, com armas e tudo, impedindo a entrada de pessoas, mas o que é verdade é que isto é a casa do povo, onde se faz política e ser fechada a isso é condenável”, reformou Seidi.

Para o parlamentar, a responsabilidade pelo ato é do Governo “investido com força e que continua com a lógica da força, indo contra a democracia”.

Solução política

Em relação à situação política, Califa Seide defendeu o acompanhamento da organização subregional na busca da solução para superar a atual crise política vigente no país.

"A única precisão que temos no comunicado é da formação de um novo governo até 22 de Maio, de fato é preciso que a Cedeao elabore um roteiro que permita o cumprimento do seu último comunicado como forma de ajudar na busca da solução para superar a crise política vigente no país" disse Seide.

Num comunicado distribuído com data de 6 de maio, aqueles partidos e bancadas parlamentares criticam a violação do princípio de “tolerância zero a todas as formas anti-democráticas de acesso ao poder” por parte da Cedeao que, dizem, “se configura numa clara promiscuidade da organização em matéria do contencioso eleitoral, que é da exclusiva competência da nossa suprema instância judicial, o que constitui um grave precedente na consecução dos objetivos da criaação” da organização regional.

Quanto ao reconhecimento pela Cedeao dos resultados das legislativas de 2019, aqueles partidos que alegam ter 52 dos 102 deputados, afirmam querer “acreditar que a nossa organização comunitária assumirá, com convicção e determinação, esse fato de haver um vencedor das eleições legislativas e que existe uma maioria parlamentar que o sustenta, através do Acordo Político de Incidência Parlamentar, o que garantirá a estabilidade governativa até ao fim desta X Legislatura”.

Entretanto, a bancada parlamentar do MADEM-G15, segunda força política promete reagir sobre a mesma nos próximos dias.

O Presidente da República também não se pronunciou.

A VOA tentou contactar o Ministério do Interior, mas com o titular da pasta infetado com o novo coronavírus, o edifício está deserto.

XS
SM
MD
LG