O único militar do grupo dos 17 activistas angolanos soltos recentemente Osvaldo Caholo foi informado na manhã desta terça-feira, 26, pelas Forças Armadas que vai passar à reserva num acto que será realidado na próxima segunda-feira.
O também activista diz que é uma oportunidade para lutar contra a ditadura angolana.
O tenente que vai ser julgado no Tribunal Militar por acusação de ter copiado para o seu computador um documento militar secreto e classificado da Direcção Principal de Contra-Inteligência Militar.
Osvaldo Caholo, da Região Aérea Norte da Força Aerea Nacional, disse à VOA ter mantido hoje um encontro com o Chefe do Pessoal e Quadro Força Aerea Nacional, que o informou sobre a sua colocação à reserva.
“Normalmente é um acto colectivo e há tantos que deviam passar para a reserva mas o Chefe do Estado Maior elaborou uma circular para uma só pessoa, ou seja, só eu”, confirmou.
Caholo afirmou ainda esta medida é uma oportunidade para lutar contra o que chama de ditadura angolana.
“Seja onde estiver, mesmo a cavar batata, a luta contra a ditatura é permanente e sistemático", garantiu o também activista libertado com Termo de Identidade e Residência junto com mais 16 companheiros.
Caholo não recebe os seus ordenados desde Setembro do ano passado, mas diz deixar o exército com o sentimento de dever cumprido: “saio de cabeça arguida”.
Recorde-se que Zenóbio Lázaro Muondo Zumba, acusado de ter lhe dado o documento secreto, continua preso desde o final do ano passado no presidio Militar de Luanda/Tombo e é co-arguido no processo.