O Orçamento Geral do Estado aprovado na sexta-feira, 14, e agora em discussão nas comissões da especialidade foi criticado por vários membros da sociedade civil que se mostraram insatisfeitos quanto ao controlo sobre os gastos e também com as percentagens atribuídas aos sectores sociais.
O jornalista Makuta Nkondo fez notar as rubricas que não aparecem no OGE, usados a bel-prazer por parte de quem governa.
"De onde vem o dinheiro usado na campanha permanente do MPLA?”, interrogou, para dizer ainda “de onde vem o dinheiro da Ajapraz, dos fundos de José Eduardo dos Santos, da primeira dama, dos filhos Isabel, a mais rica de África, e Zenu, o dinheiro que Kangamba ostenta só por ser genro do presidente, o marido da Isabel Sindika Ndokolo? São dinheiros públicos".
A psicóloga Palmira Africano diz que os 9,7 percentuais atribuídos à educação são uma gota de água no oceano."Não se investe na educação que é a base porque sem ela nada é feito, até a saúde depende da educação”, disse.
Carlos da Conceição, sociólogo, pensa que é uma aberração que um orçamento em si já deficiente, não seja fiscalizado.“Como aferir se vai ser implementado ou concluído?”, interrogou.
“Na prática, isto é um problema que ainda vai durar muito tempo, uma Assembleia Nacional unilateral não faz qualquer sentido", concluiu o sociólogo.
O OGE foi aprovado na generalidade com votos a favor da bancada do MPLA, abstenção da Unita e PRS e voto contra do grupo parlamentar da Casa-CE.