O padre Abreu Kuvinga, na pronvincia angolana do Huambo, disse que a situação de pessoas que morrem por fome tende a aumentar num cenário de extrema pobreza.
Aquele sacerdote lamentou a falta de sensibilidade das autoridades, enquanto outros líderes comunitários clamam por políticas claras.
O Governo promete pronunciar-se a qualquer momento.
Depois das eleições, o custo de vida e a pobreza extrema agravaram-se no país, com o aumento de preços sobretudo dos produtos da cesta básica, associado à fraca produtividade durante a anterior campanha agrícola devido à irregularidade das chuvas.
Nesse cenário, no Huambo, a situação da fome e a pobreza é descrita pelo sacerdote Abreu Kuvinga como sendo crítica e fala em mortes.
"Há pessoas que estão a morrer por conta destes fenómenos e que matam silenciosamente, é muito sofrimento", lamentou Kuvinga, para quem o número de pessoas em necessidade, na sua maioria crianças e idosos, acorrem diariamente às instalações da igreja à procura de alimentos.
Apesar dos reiterados apelos o quadro mantêm-se inalterável.
"Não há sensibilidade do Governo, não dialoga com o povo. Nós cá, na nossa casa, tem sempre gente à procura de algo para comer", acrescenta Kuvinga, que acrescentou: "Qualquer dia pego nesta gente, como vivemos ao pé do Palácio do Governo, levo-a para lá, onde estão os responsáveis da pobreza".
Já o responsável da organização não governamental Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), Carlos Cambuta, entende que "o actual modelo de governação [excessivamente centralizado] já não responde às principais expectativas do cidadão".
Quem não vê razões para este cenário é o sacerdote e líder comunitário, Pio Wakussanga, "num país com imensos recursos, com uma população que gosta da agricultura e da criação de gado".
Para ele "faltam programas de incentivos para produção, de quem dirige Angola".
A Voz da América contactou Fátima Cawewe, responsável do sector social do Governo do Huambo, que prometeu pronunciar-se depois da autorização da governadora Lotty Nolika, o que ainda aguardamos.
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