O Fundo Monetário Internacional (FMI) louva o crescimento económico e a baixa inflação em Moçambique, mas está preocupado com a gestão das empresas detidas pelo estado.
O investimento em grandes projectos de carvão e gás natural inspiram boas perspectivas a médio prazo, mas os baixos preços de bens aumentaram os riscos a curto prazo, explica em comunicado o FMI.
Moçambique cresceu 7.5% em 2014 e o Governo anunciou que este ano o nível será o mesmo, em grande parte graças ao desempenho dos sectores de electricidade e gás.
O FMI diz que o país precisa de melhorar a gestão de finanças públicas, incluindo um forte controlo das empresas detidas pelo estado e melhoria de riscos fiscais.
O nível de despesas e a qualidade de gestão das empresas e instituições do Estado têm também sido alvo de crítica de organizações da sociedade civil.
Baltazar Fael, do Centro de Integridade Pública(CIP), confirma que o assunto é preocupante. “Há problemas sérios de gestão em Moçambique, e o Governo deverá reflectir e mudar”, alerta.
Fael dá o exemplo das mordomias dadas aos juízes, que chegam a ter um número exagerado de viaturas de luxo.
Em contrapartida, diz Fael, o crescimento económico ainda não se reflecte no dia-a-dia da população, que ainda vive em situações precárias.
O FMI afirma que as reformas estruturais em curso no país, incluindo a nova lei que regula a indústria extractiva, são encorajadoras, mas são necessárias mais medidas para melhorar o ambiente de negócios.
Esta semana, em Maputo, na conferência da sociedade civil sobre a indústria extractiva, várias organizações defenderam maior transparência na gestão do sector para evitar que a oportunidade de desenvolvimento se transforme em foco de conflitos.
Fael defende ser "preciso combater a ganância da elite" para que a população veja os benefícios da indústria extractiva.