O Fundo Monetário Internacional (FMI) avisou que só discutirá um novo programa de ajuda à Guiné Bissau se este país tomar “acções robustas para estabilizar a situação fiscal nos próximos meses”.
Numa declaração emitida após uma visita à Guiné-Bissau entre 6 e 10 de Maio, o chefe da delegação do FMI, Tobias Rasmussen traçou um perfil de crise na economia da Guiné Bissau afirmando que esta permanece sob pressão (stress).
“Devido principalmente a gastos mais elevados do que planeado o deficit governamental no início de 2019 era significativamente maior do que previsto no projecto de orçamento”, diz a declaração que afirma ainda que esse deficit “foi também muito maior do que durante o mesmo período em 2018”.
“Ao mesmo tempo pressões financeiras cresceram resultando num aumento de contas não pagas”, acrescenta a declaração.
Para combater esse deficit, “assegurar o pagamento em dia de salários e outras obrigações e pôr termo ao aumento da dívida pública” o governo terá que apresentar um plano que inclua “um aumento de mobilização de rendimentos, redução de gastos e identificação de financiamento adicional”.
A nota de Toibas Rasmussen diz ainda ”um primeiro passo” nesse sentido seria “reviver o Comité do Tesouro o que ajudaria controlar os gastos”, sublinhando que um novo governo “que ainda não foi nomeado desde as eleições de 10 Março” terá que aprovar um orçamento para 2019 “que deverá ter como objetivo reduzir o deficite para o critério da União Económica e Monetária da África Ocidental abaixo dos 3% do PIB.
O comunicado diz que as autoridades da Guiné Bissau “expressaram um forte interesse num programa de apoio do FMI:
“Dependendo de uma acção robusta para estabilizar a situação fiscal nos próximos messes, a missão poderá regressar a Bissau em Setembro para discussões com o próximo governo para um novo acordo ao abrigo da Facilidade de Credito Prolongada”, diz o comunicado.