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FLEC-FAC pede boicote às eleições gerais em Cabinda


Vista geral de Cabinda, Angola. Junho 2016
Vista geral de Cabinda, Angola. Junho 2016

Chefe do Estados Maior General diz que não vai se render e que aceite negociar com Luanda com mediação internacional

A Frente de Libertação do Enclave de Cabinda-Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC) pede o boicote às eleições gerais em Angola e garante que não se vai render, ao mesmo tempo que defende negociações com Luanda, sob mediação internacional.

Depois de um longo silêncio, há notícias que indicam que as armas voltaram a soar a Cabinda, entre a FLEC-FAC e o exército angolano.

FLEC-FAC pede boicote às eleições gerais em Cabinda - 10:17
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Na sequência dos confrontos em Massabi e Inhuca, o Governo de Luanda acusou o Governo de Congo Brazzaville de cumplicidade com a FLEC, facto que levou as autoridades dos dois países a um encontro no passado dia 18 em Massabi.

Em entrevista à VOA, o chefe do Estado-Maior General da FLEC-FAC, Estanislau Boma, garante que a resistência continua a lutar pela independência e aborda também a reunificação da guerrilha e a actuação dos movimentos cívicos em Cabinda que, segundo ele, devem boicotar as eleições gerais.

Boma começa por acusar o exército angolano e atacar a guerrilha.

“Nós é que somos atacados, o MPLA é que ataca”, afirma Boma.

No passado dia 18, os governos de Angola e do Congo Brazzaville reuniram-se em Massabi depois de acusações de que Brazzaville tem apoiado a FLEC, uma afirmação que o porta-voz da guerrilha responde dizendo que se assim fosse, o “MPLA não estaria em Cabinda”.

Questionado sobre a abertura da FLEC liderada por Alexandre Tati para uma reunificação com a FLEC chefiada por Emmanuel Nzita, Boma diz que é total.

“Esta unidade é imperativa e face aos imperativos do momento ela deve concretizar-se aqui no terreno... pedimos aos outros para se juntarem a nós para a defesa patriótica do nosso povo.

Quanto a negociações com o Governo angolano, a FLEC-FAC não vê abertura da parte de Luanda.

“O Governo angolano não tem vontade política negocial, na linguagem militar sinal de barulho de botas é sinal de guerra, não de paz, uma coisa é certa e o povo de Cabinda só vai negociar com garantias internacionais, mas nunca vai negociar a sua rendição, e nunca vai se render”.

A FLEC-FAC, segundo Estanislau Boma, não tem tido contactos com os vários movimentos cívicos que têm protagonizado uma intensa actividade em Cabinda, mas, segundo o seu porta-voz, apoia esses movimentos e apela ao “boicote das eleições gerais”.

“Eleger Angola em Cabinda é eleger a opressão no nosso território”, conclui o chefe do Estado-Maior General da FLEC-FAC.

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