O Presidente de Moçambique diz que a vila de Palma, em Cabo Delgado, atacada por jihadistas no dia 24 de Março de 2021, é, neste momento, uma das mais protegidas do país.
Nyusi diz que isso deve-se à intervenção de forças moçambicanas, ruandesas e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), no que é visto por analistas, como um encorajamento às companhias que investem no projecto de exploração de gás natural, na bacia do Rovuma.
Filipe Nyusi falava numa parada militar na sede distrital de Palma, onde chegou ao princípio da noite da passada sexta-feira, 21, no contexto de um périplo que o levou também à vizinha província do Niassa, igualmente alvo de ataques jihadistas.
"Temos aqui um grupo de jovens bem treinados, que, com bravura, combatem o terrorismo nesta província, Palma é uma das sedes distritais mais guarnecidas do país", realçou o estadista moçambicano.
O académico Pedro Uamusse considera positivo o facto de Filipe Nyusi ter-se deslocado a Palma "porque, na minha perspectiva, esta é uma forma de encorajamento às multinacionais envolvidas no projecto de gás natural liquefeito, as multinacionais precisam deste encorajamento".
Para o professor Carlos Bila, "esta deslocação não só serviu para moralizar ainda mais os militares que estão a combater o terrorismo, como também para a mobilização das companhias de petróleo e gás a retomarem as suas actividades interrompidas na sequência do ataque à vila de Palma, em Março do ano passado".
Entretanto, há quem afirme que os ataques que se têm registado ainda em alguns distritos de Cabo Delgado constituem uma ameaça ao projecto de gás natural naquela província.
Egna Sidumo, especialista em assuntos de Segurança, tem opinião contrária, porque, afirma, "a maior parte deste tipo de projectos no mundo, particularmente em países africanos, é sempre feita no contexto de total segurança".