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Figuras do MLSTP-PSD mantêm pré-candidaturas à Presidência em desafio à direcção do partido


Jorge Amado, antigo presidente do MLSTP-PSD (Foto de Arquivo)
Jorge Amado, antigo presidente do MLSTP-PSD (Foto de Arquivo)

Antigo líder dos sociais-democratas e pré-candidato presidencial Jorge Amado diz que o partido tornou-se fascista

O antigo presidente do MLSTP-PSD, no poder em São Tomé e Príncipe, Jorge Amado, acusa a formação de se ter tornado num partido fascista, em reacção à resolução do Conselho Nacional que ameaça demitir todos os dirigentes e militantes com cargos no aparelho do Estado caso não apoiem o candidato presidencial.

Figuras do MLSTP-PSD mantêm pré-candidaturas à Presidência em desafio à direcção do partido
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Elsa Pinto, actual vice-presidente do partido e antiga ministra dos Negócios Estrangeiros, também desafia o partido e reitera que vai apresentar a sua candidatura presidencial.

A decisão do Conselho Nacional do partido foi tomada no passado dia 20 para blindar a candidatura do eleito candidato presidencial que o MLSTP-PSD vai apoiar na corrida ao Palácio Cor de Rosa, em Julho, Guilherme Pósser da Costa.

O antigo presidente do partido, Jorge Amado, diz que a resolução é uma atitude fascista.

“Nem no tempo do partido único vimos isto. O MLSTP-PSD transformou-se num partido fascista. Isto é uma ditadura sem precedentes”, sublinha o antigo líder dos sociais-democratas, que classificou de uma farsa a reunião do Conselho Nacional que indicou Pósser da Costa como candidato .

“Fizeram uma ameaça velada aos quadros da função pública que estavam na sala, dizendo que quem não apoiar o candidato do partido irá perder o seu emprego e antes da votação pagaram de 2000 a 5000 dobras para os delegados votarem em Pósser da Costa”, revela Amado, quem reitera que não vai desistir da sua candidatura às Presidenciais.

Elsa Pinto, vice-presidente do MLSTP
Elsa Pinto, vice-presidente do MLSTP

Por seu lado, a actual vice-presidente do MLSTP-PSD e ex-ministra dos Negócios Estrangeiros, Elsa Pinto, também já avisou que não vai recuar na corrida à Presidência da República, apesar da advertência do líder e primeiro-ministro Jorge Bom Jesus.

“Uma coisa é apoiar um candidato, outra coisa é cuartar o direito dos outros candidatos de prosseguirem com as suas candidaturas, com ameaças de sansões. Os estatutos do MLSTP-PSD são bem claros nesta matéria”, adverte Elsa Pinto.

A VOA apurou que outros dois pré-candidatos filhados no MLSTP-PSD, a antiga primeira-ministra, Maria das Neves, e o coronel na reserva, Victor Monteiro, também se preparam para anunciar as suas candidaturas às Presidências do próximo mês de Julho.

Na reunião do Conselho Nacional, primeiro-ministro e líder do partido, JOrge Bom Jesus, deixou um aviso aos militantes: “Nós não vamos perdoar que camaradas que querem ajudar o MLSTP a manter-se no poder passem o tempo a dar mal do Governo e do candidato escolhido pelo partido, os interesses do MLSTP estão acima de qualquer outro”.

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