As águas continuam agitadas no seio do partido angolano FNLA, mesmo depois de o presidente Lucas Ngonda ter dito que está a contactar figuras do partido para unir e reconciliar a organização.
Fernando Pedro Gomes, presidente eleito no congresso ad hoc realizado em Luanda em 2018, reage e diz que Ngonda quer é lançar mais confusão.
"Lucas Ngonda uma vez mais está a lançar manobras dilatórias para ludibriar a opinião pública dentro e fora, nós não acreditamos nestes pretensos contactos que estamos a ouvir com pessoas ou grupinhos, então por quê só agora?”, pergunta Gomes, quem acusa Ngonda de, “neste momento desfavorável”, pretender “semear mais confusão no partido".
Apesar dos recursos metidos desde o ano passado, o Tribunal Constitucional (TC) não decidiu ainda sobre a legalidade ou não do congresso de Luanda, que elegeu Fernando Gomes como presidente da FNLA, embora tenha anulado o outro congresso realizado no Huambo, que elegeu Ngonda.
Fernando Gomes pede que o TC “seja célere e visionário e ponha cobro a esta situação que, para nós, é a única solução para salvaguardar os superiores interesses da FNLA".
Aquele político alerta ainda para o facto de, segundo ele, Lucas Ngonda não estar interessado na participação da FNLA nas eleições autárquicas de 2020 e por isso afirma que tudo está as mãos do TC.
“Tudo vai depender do TC decidir sobre o congresso de Luanda", concluiu Fernando Gomes.
Recorde-se que em entrevista à VOA na segunda-feira, 8, Lucas Ngonda anunciou “contactos avançados” com as sensibilidades que se opõem à sua liderança para mais uma tentativa de reunificação interna da partido angolano.
Ele acrescentou que nos próximos tempos serão publicados os resultados das consultas em curso.