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Familiares de doentes criticam a falta de higiene no único centro hospitalar de São Tomé e Príncipe


Hospital Central Dr. Ayres de Menezes, São Tomé e Príncipe
Hospital Central Dr. Ayres de Menezes, São Tomé e Príncipe

E lamentam mortes evitáveis

O professor e escritor Lúcio Amado e o activista Liberato Moniz acompanharam, nas últimas semanas, os seus familiares em internamento no Hospital Ayres de Menezes e dizem que “é muito grave” a situação de higiene no maior hospital de São Tomé e Príncipe.

Familiares de doentes criticam a falta de higiene no único centro hospitalar de São Tomé e Príncipe
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“Eu fiquei impressionado por causa das ratazanas, baratas e outras coisas nas enfermarias e nos quartos dos doentes. Fiquei mais impressionado ainda, porque até nos quartos onde se paga os cães de rua pulam a cerca, entram e comem a comida dos doentes. E falta de água no hospital piora tudo”, lamentou o escritor com cinco obras publicadas.

Lúcio Amado criticou também a falta de humanidade entre os profissionais de saúde.

“Eu vi a forma como as pessoas são tratadas no serviço de urgência, e isto chocou-me muito. Nós temos que humanizar os hospitais. Os médicos e outros profissionais de saúde têm que, no mínimo, gostar daquilo que fazem. Os doentes e familiares não podem ser tratados desta forma, é muito chocante,” contou Lúcio Amado.

“Foi muito triste ver o meu familiar a morrer aos poucos, por falta de oxigénio no hospital, coisa que os homens podem resolver”, lamentou.

Outro cidadão, Liberato Moniz, que também assistiu a morte do seu irmão no hospital Ayres de Menezes lamenta a falta de rigor no controle dos serviços prestados à hospital.

“Os gestores dos hospitais têm que acompanhar melhor os profissionais e os serviços que são prestados aos hospitais. Se nós formos ver os pagamentos mensais há verbas a pagarem os serviços de limpeza e outros, mas na prática esses serviços não são feitos”, disse Liberato Moniz.

Promessas

Face às denuncias dos utentes, o diretor do Hospital Ayres de Menezes, Américo Pinto, Justifica a falta de higiene e a presença de ratos, baratas e cães, no espaço hospitalar, com a ausência de recursos financeiros para a contratação de dois técnicos ambientalistas.

Entretanto este gestor garante que há expedientes em curso com vista a resolução do problema.

“As pessoas não veem trabalhar sem receber. Há um ano que apresentamos a proposta para resolver esta situação, mas a verba ainda não foi disponibilizada”, disse Américo Pinto, que considerou urgente a necessidade urgente de se resolver o problema da falta de água.

Quanto ao comportamento dos profissionais de saúde, Américo Pinto disse que é uma questão que vem da formação e tem sido difícil a mudança de mentalidade.

“Eu próprio antes de ser diretor, já fui mal atendido neste hospital. Nem todos nasceram para serem médicos ou enfermeiros. Eu tenho falado com os profissionais, mas eles não mudam”, disse o diretor do único centro hospitalar do país.

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