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Familiares das vítimas do Cafunfo denunciam "roubo" de 20 corpos da morgue


Corpos de vítimas mortais em confrontos no Cafunfo 30 Janeiro 2021
Corpos de vítimas mortais em confrontos no Cafunfo 30 Janeiro 2021

Há denúncias de que os corpos de vítimas mortais dos confrontos do dia 30 foram atirados no Rio Cuango

Familiares das vítimas dos confrontos do passado sábado, 30, em Cafunfo, na província angolana da Lunda Norte, reclamam o desaparecimento de cerca de 20 corpos da casa mortuária, presumivelmente retirados na calada da noite de ontem para hoje, 1.

Familiares dizem que corpos de manifesantes desapareceram – 2:20
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Familiares dizem querer ver os corpos de seus entes queridos desaparecidos e outros dizem que a manobra visa manter o número de sete mortos, referido pelas autoridades, para atrapalhar a investigação parlamentar.

"Neste momento estamos aqui na casa mortuária, as pessoas que eles mataram, atiradas nas ravinas, tinham sido recolhidas, trazidas aqui para a casa mortuária, mas à meia-noite de domingo para segunda feira, foram retiradas novamente da casa mortuária e atirados na mata, num caminho chamado Tchimango, para quem vai na mina do Cuango e aqui só deixaram sete corpos", disse um dos familiares no meio de muitos corpos.

A mesma fonte acrescentou que "na manhã de hoje vinha um avião com enfermeiros a bordo, mas os polícias retiraram todos os feridos do dia 30, que estavam no hospital e foram postos no avião, dizem que vão para o Dundo, e não sei se é verdade ou mentira".

José Mateus Zecamutchima, presidente do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, confirma o desaparecimento de corpos da casa mortuária na calada da noite e acrescenta que foram atirados no rio Cuango.

"Nós temos esta informação de que mais de 20 corpos foram retirados à noite da casa mortuária e atirados no rio Cuango, também sabemos que os feridos graves que se encontravam no Hospital de Cafunfo foram retirados e enviados num avião para o Dundo”, disse o activista, que acusa ainda a polícia de “não entregar os corpos às familias".

Zecamutchima denuncia que “a caça à bruxas ainda continuou na manhã desta segunda-feira nas localidades de Cafunfo, Capenda, Camulemba e Cuango.

As autoridades locais não prestam qualquer informação sobre os acontecimentos do dia 30.

Enquanto isso, jovens na província do Namibe mobilizam-se para uma vigília de protesto contra os assassinatos em Cafunfo, na próxima quinta-feira, 4 de Fevereiro, no largo Espírito Santo, segundo disse à VOA César Carlos, organizador da iniciativa.

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