Economistas dizem que em Moçambique, a falta de infra-estruturas e de uma legislação mais ousada sobre a indústria extractiva pode hipotecar o desenvolvimento das companhias que investem na área dos recursos naturais, algumas das quais já colocam a hipótese de sair do país.
Foi anunciado, esta semana, que pelo menos duas companhias indianas poderão sair das suas operações em Moçambique, devido a constrangimentos das infra-estruturas.
O economista Eduardo Sengo, diz ser fundamental um grande enfoque nas infra-estruturas para a viabilização da indústria extractiva, que precisa de escoar os seus produtos.
Referiu que "há muitos projectos que adiaram ou atrasaram porque tinham que construir infra-estruturas para o transporte dos seus produtos, e, de facto, a falta de infra-estruturas pode hipotecar o desenvolvimento das empresas".
Outro factor que concorre para a possível saída das companhias indianas tem a ver com a alegada instabilidade politica.
O economista António Sitoi diz que "este é um falso problema, porque a questão de fundo reside nos baixos preços das matérias-primas no mercado internacional".
A incerteza legal é, igualmente, apontada como sendo um dos motivos da eventual saída das empresas Tata Steel e Coal India, e neste aspecto, juristas reconhecem que a legislação ordinária moçambicana ainda não tem uma abordagem mais ousada e mais clara.