O Hospital Regional de Malanje com uma capacidade instalada para 400 camas tem em funcionamento apenas 250 por razões ligadas com a estrutura física, confirmou o seu director-geral Isaac Savumbe.
O responsável, que falava num espaço de debate na rádio pública sobre a “humanização dos serviços de saúde” na referida instituição, precisou serem necessários mais 70 médicos especialistas, contra os actuais 57, maioritariamente cubanos e russos, com um número ínfimo de angolanos.
Também com pouco menos de 400 enfermeiros, dos 274 efectivos e um outro grupo de subcontratados, a unidade de referência de Malanje junta-se ao problema de recursos humanos abordado no último Conselho Consultivo do Ministério da Saúde.
“Daqui a algum tempo teremos médicos sem emprego, porque essa estrutura não tem capacidade, por exemplo, fazer o pagamento das despesas em termos de contrato para um médico que você tem de pagar no mínimo 600 mil kwanzas”, disse, questionando-se “vais tirar de onde? amanhã podes ser considerado como mau gestor”.
Ainda este ano, o Hospital Regional de Malanje poderá debater-se com um défice de médicos actualmente em fim de contrato. Tal situação altera a pretensão do alargamento dos serviços em termos de atendimentos, “mais serviços, mais especialidades e temos que ter especialistas, porque a questão não é nome, unidade como tal, atendimento regional e etc.”
O médico Isaac Savumbe afirmou que nos meses Outubro a Dezembro de 2014 até Março deste ano foi visível a redução drástica do número de doentes com politraumatismos evacuados para as unidades hospitalares da capital angolana, Luanda, resultante da criação de condições locais e com a presença de especialistas expatriados.
Por seu vez, o director clínico do Hospital Regional Jacob Nlenvo rejeitou as alegações postas a circular por familiares e pacientes que acorrem à unidade, segundo as quais não há especialistas à noite.
Refira-se que, entre as valências em funcionamento no Hospital Regional de Malanje, estão a medicina interna, cardiologia, gastroenterologia, otorrinolaringologia, cirurgia geral, cirurgia plástica reconstrutiva, cirurgia de maxilo-facial, estomatologia, urologia e oftalmologia.