A falta de remuneração condigna e de reconhecimento da docência desmotiva os professores das universidades públicas, disse o secretário-geral do Sindicato dos Professores do Ensino Superior, Carlinho Zassala.
Tal contribui para a fraca qualidade do ensino superior em Angola e alimenta a corrupção.
Entre outros problemas, Zassala indicou o não enquadramento dos professores, corte arbitrário dos subsídios e não financiamento da sua pós-graduação.
Zassala considera que as deficiências reinantes no ensino superior em Angola concorrem para o não reconhecimento das universidades angolanas por parte de instituições Internacionais.
“Nenhuma universidade angolana consta do ranking das 100 melhores universidades africanas”, disse.
As declarações do sindicalista à VOA coincidem com as da Reitora da Universidade Agostinho Neto, Maria Sambo que, recentemente, reconheceu que a docência é pouco atractiva, porque o estatuto remuneratório não condiz com o grau de exigência e qualificação ou com importância social do docente universitário.
Num encontro recente com o vice-presidente do MPLA, João Lourenço, a responsável da universidade pública admitiu que “a prática da investigação científica é ainda muito débil, havendo insuficiência de estrutura de apoio e de recursos humanos”.
Sambo disse que a qualidade do ensino superior em Angola é “uma quimera” e revelou que a admissão de alunos com notas inferiores a dez valores está a aumentar de ano para ano.
“Não há boa transição entre o ensino secundário e o ensino superior; não há agências que financiam a investigação científica, nem mecanismos de avaliação da qualidade do ensino superior”, disse.