Operadores económicos são-tomenses dizem não conseguir abastecer o mercado devido à falta de divisas nos bancos comerciais e alguns ameaçam fechar as portas.
Ante este cenário, o ministro da Economia, Adisney Leite, pede ponderação aos comerciantes.
Farinha de trigo, açúcar, cebola e gás butano estão entre os produtos que escasseiam dia após dia.
A escassez de produtos está a ter efeito contrário sobre as medidas adotadas pelo Governo no início deste ano com vista à melhoria do poder de compra da população.
A Direção das Alfandegas isentou as taxas aduaneiras sobre os bens essenciais, mas os produtos continuam a chegar ao consumidor final a preços elevados.
“Não há divisas para fazermos importação. Temos que comprar o euro no mercado paralelo. Tem havido muita demora na chegada das mercadorias porque os fornecedores ficam muito tempo a espera do pagamento", disse um comerciante, sublinhando que estes constrangimentos acabam sendo descontados no bolso das famílias.
“Os preços estão cada dia a aumentar e o povo pequeno já não aguenta”, lamentou um cidadão em entrevista à Voz de América.
A maioria dos armadores europeus deixou de escalar o porto de São Tomé devido a pouca encomenda de mercadorias, face a carência de divisas no país.
“Eles têm que esperar acumular os pedidos e agora estão também a procurar outras rotas para justificar a viagem. Por isso as mercadorias demoram muito a chegar ao porto de São Tomé”, disse uma comerciante.
Outro operador económico apontou mais fatores que estão a provocar a escassez de alguns produtos, como é o caso do açúcar.
“O Estado aumentou a taxa sobre as bebidas importadas, estimulando a produção de bebidas locais e o açúcar está a ser encaminhado para a produção da ´cacharamba` e já não chega para o consumo da população”, afirmou.
A farinha de trigo é outro produto em constante rotura de Stock e alguns panificadores admitem fechar as suas padarias.
Governo pede ponderação
Perante a ameaça dos operadores económicos de suspender a importação de produtos, o ministro da Economia pede ponderação.
“Não fazendo importação e deixar o país com rotura de stock de bens essenciais não seria uma boa postura para quem tem responsabilidade no mercado”, advertiu Adisney Leite, sem, no entanto, apresentar qualquer solução para o problema.
Entre outras consequências, fontes do Ministério da Educação admitem que a escassez de produtos alimentares de primeira necessidade pode afetar o funcionamento das cantinas escolares após a retoma das aulas com o fim da greve dos professores.
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