Alguns cidadãos de Nampula receiam que agentes de banca móvel, um serviço de levantamento e transferência de dinheiro por via de telefones celulares, podem estar a ser usados para a introdução no mercado de notas falsas da nova série de metical, lançada em Junho deste ano.
Nas últimas semanas foram reportados casos de pessoas que receberam dinheiro falso nas referidas bancas.
Cléontina Marcelo diz que recentemente recebeu de uma agente de banca móvel uma nota de 200 meticais, que quase lhe criava problemas.
“Eu não sabia que o dinheiro não era verdadeiro e fui comprar algumas coisas no mercado, mas lá descobriram que era falso e queriam me levar a cadeia dizendo que eu falsifiquei dinheiro,” diz ela.
Robson Macuacua, agente de banca móvel, que tal como outros não dispõe de equipamento para a deteção de notas falsa, reconhece a vulnerabilidade e diz estar atento.
“Um treinamento para nós seria bom”, sugere Macuacua, que conta que nos “movimentos, ao pegar o valor tento ver alguma diferença, porque no caso de dinheiro falso os que fabricam usam um papel leve em relação ao dinheiro verdadeiro”.
Por via de email, o Banco de Moçambique (BM) diz que, desde a entrada em circulação das novas notas, tem “trabalhado de forma extensiva na transmissão de conhecimento sobre esta série do Metical” em todo o país.
Riscos
Tal divulgação inclui “acções de formação dirigidas aos bancos comerciais, casas de câmbio, instituições de Administração de Justiça, agentes de moeda electrónica (m-pesa, mkesh e e-Mola), entre outros” para que possam, entre outros, possam detectar “características e funcionalidades dos elementos de segurança das notas e moedas genuínas”.
Na nota, o BM ressalta que “a contrafacção da moeda afecta negativamente os mais pobres e pequenos comerciantes, pela perda financeira imediata por receber ou deter uma nota contrafeita, considerando que em caso de apreensão não há restituição do valor”.
A Polícia da República de Moçambique em Nampula através do chefe do departamento de relações públicas Dercio Samuel, reconhece que há casos de falsificação de dinheiro, mas não avança o número de cidadãos detidos este ano em conexão com o crime.
Desde a introdução, Junho, da nova série do metical foram reportadas, pela imprensa moçambicana, detenções relacionadas à falsificação nas províncias de Nampula e Manica.
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