Links de Acesso

Falhas na proteção de Trump são indefensáveis, diz diretor interino dos Serviços Secretos


Diretor interino dos Serviços Secretos dos EUA, Ronald Rowe, Jr., em audiência no Congresso sobre as falhas de segurança que levaram à tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump, Washington, a 30 julho 2024
Diretor interino dos Serviços Secretos dos EUA, Ronald Rowe, Jr., em audiência no Congresso sobre as falhas de segurança que levaram à tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump, Washington, a 30 julho 2024

Rowe admitiu aos legisladores que, apesar de a polícia local ter identificado o atirador como uma pessoa suspeita mais de uma hora antes do comício, essa informação nunca chegou aos agentes dos Serviços Secretos que protegiam o antigo presidente.

O diretor interino da agência norte-americana, encarregada de proteger os funcionários de alto nível, classificou a tentativa de assassinato do antigo Presidente Donald Trump no início deste mês um “fracasso a vários níveis”, descrevendo-a ainda como "vergonhosa".

Ronald Rowe testemunhou perante os legisladores americanos na terça-feira, 30, prometendo mudanças imediatas para corrigir falhas nas comunicações e na cobertura que permitiram que um atirador de 20 anos subisse ao telhado de um edifício próximo e disparasse oito tiros durante o comício de 13 de julho no oeste da Pensilvânia, matando um participante e ferindo Trump e mais duas pessoas.

“O que eu vi deixou-me envergonhado”, disse Ronald Rowe aos membros das comissões de Segurança Interna e Judiciária do Senado. “Como agente da autoridade de carreira e um veterano de 25 anos dos Serviços não posso defender a razão pela qual aquele telhado não estava mais protegido”.

Essas equipas deveriam ter tido uma visão clara do atirador quando ele subiu para o local, disse Rowe.

“Disseram-nos que o edifício ia ser coberto”, disse Rowe aos legisladores. “Eu não podia, não posso e não vou entender por que não havia uma cobertura melhor ou pelo menos alguém a olhar para a linha do telhado quando era onde eles estavam posicionados.”

Rowe também admitiu aos legisladores que, apesar de a polícia local ter identificado o atirador como uma pessoa suspeita mais de uma hora antes do comício, essa informação nunca chegou aos agentes dos Serviços Secretos que protegiam o antigo presidente.

“Parece que essa informação ficou retida ou isolada no canal estatal e local”, disse ele.

“É preocupante”, acrescentou Rowe. “Não sabíamos que estava a acontecer este incidente. ... Nada sobre um homem no telhado. Nada sobre um homem com uma arma”.

Cheatle demitiu-se um dia depois de ter sido repreendida por uma comissão do Congresso por não ter conseguido impedir o atentado contra a vida de Trump.

Cheatle testemunhou que os Serviços Secretos tinham sido informados cinco vezes sobre uma pessoa suspeita antes do tiroteio.

Entretanto, a investigação em curso do FBI sobre o atirador, Thomas Matthew Crooks, ainda não determinou porque é que ele tentou matar o antigo presidente.

O diretor-adjunto do FBI, Paul Abbate, disse aos legisladores na terça-feira que o gabinete já realizou mais de 460 entrevistas, mas até agora não encontrou nada.

“A investigação não identificou um motivo, nem quaisquer cúmplices ou outros com conhecimento prévio”, disse Abbate, acrescentando: "absolutamente nada foi descartado".

Mas o diretor-adjunto do FBI disse que uma conta de rede social recentemente descoberta, utilizada em 2019-2020, pode lançar alguma luz sobre a motivação do atirador.

“Foram publicados mais de 700 comentários a partir desta conta”, disse aos deputados. “Alguns desses comentários, se em última análise forem atribuíveis ao atirador, parecem refletir temas antis-semitas e anti-imigração para defender a violência política e são descritos como de natureza extrema.”

“Embora a equipa de investigação ainda esteja a trabalhar para verificar esta conta e determinar se pertence de facto ao atirador, consideramos importante partilhá-la (...) especialmente devido à ausência geral de outras informações até à data provenientes das redes sociais e de outras fontes de informação que reflitam sobre o potencial motivo e a mentalidade do atirador.”

Os funcionários do FBI descreveram Crooks como um solitário inteligente e disseram que parece que ele “fez esforços significativos para esconder as suas atividades”, que podem ter começado há mais de um ano.

Segundo os investigadores, foi nessa altura que começou a utilizar contas de correio eletrónico encriptadas e pseudónimos para fazer compras online relacionadas com armas, seguidas de uma série de compras online de produtos químicos para fabricar os três engenhos explosivos encontrados no seu carro e no seu quarto.

Crooks também começou a fazer pesquisas na Internet sobre tiroteios em massa, centrais eléctricas, uma variedade de funcionários eleitos e tentativas de assassinato.

Também notaram uma falta de comunicação entre o atirador e outras pessoas, em geral.

Rojek acrescentou que mesmo as contas do atirador em plataformas de jogos mostravam “muito pouca interação”, descrevendo-a como fora do normal.

Fórum

XS
SM
MD
LG