Em entrevista ao Fala África VOA, o artista plástico moçambicano, Djerry, também conhecido como Jeremias Lopes Matusse, comentou a sua arte.
Com maestria singular, Djerry emprega argila, ferro e aço inoxidável para dar vida a esculturas que nos transportam às ricas histórias das tribos bosquímanas.
Esses povos ancestrais, embora hoje em número reduzido, permanecem em grupos nómadas no deserto do Kalahari, espalhando-se entre a Namíbia, África do Sul, Angola e Botswana.
Djerry se apaixonou pela arte aos 17 anos de idade e nunca mais parou. "Eu me inspiro muito nos Bushmen. E essa obra é um caçador. Ele deixa a família e vai à procura do pão de cada dia, que são animais." O processo meticuloso que envolve o nascimento de uma peça assim requer cerca de um mês, passando da argila ao metal.
A inspiração por trás de suas esculturas está enraizada nas narrativas dos bosquímanos. "A inspiração surgiu quando eu lia os livros e via filmes. Eu gosto de ler muito. Então vi que era muito interessante. Queria contar a história, mas como arte", revela Djerry.
A segunda escultura em argila retrata um casal - uma mulher peneirando milho e um homem mergulhado em pensamentos. Djerry explicou: "Aquele casal é um casal que vi num filme. O homem estava a pensar na vida, como iria conseguir o pão. A mulher peneirava. Eu fiz uma peça tratando a vida deles. Eu faço em barro e depois levo para o forno. Depois eu pinto."
Com quase três décadas de experiência artística, Djerry passou da argila ao aço inoxidável e ferro, impulsionado pela durabilidade e expressividade. Suas esculturas, baseadas na vida simples dos bosquímanos, são um tributo à resiliência e à beleza do modo de vida nómada.
Djerry sonha em expandir sua arte globalmente, expondo suas obras nos Estados Unidos, Europa e além. Seus trabalhos inspiradores, que capturam a essência dos bosquímanos, tocam não apenas na história, mas também nas vidas modernas que buscam conexão com as raízes.
Durante a entrevista, Djerry revelou não apenas sua paixão artística, mas uma jornada de aprendizado e inspiração que transcende fronteiras geográficas e culturais. Suas esculturas permanecem como testemunhas silenciosas da história dos bosquímanos e como veículos de ligação entre passado e presente.
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