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Expropriação de terras ameaça sobrevivência de centenas de famílias camponesas no Huambo


Terra no Huambo, Angola
Terra no Huambo, Angola

Camponeses prometem sair às ruas em protesto

Mais de uma centena de familias camponeses, na provincia angolana do Huambo, têm a sobrevivência ameaçada, devido à ocupaçao das terras de cultivo, alegadamente pela Administraçao do Estado, mesmo depois da providência cautelar aceite no ano passado pelo tribunal.

Disputa de terras no Huambo- 1:36
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Os camponeses pretedem manifestar-se nas ruas nos próximos dias, enquanto a Administração argumenta que a terra é propriedade legitima do Estado.

As familias, que vivem na região da Etunda, arredores da cidade do Huambo, tem a agricultura como fonte única de sobrevivência.

“Você me tira a minha lavra, destrói as bananeiras, tira toda a cultura com a máquina, com esta idade o que hei de comer?”, questiona o António Guluieve, de 72 anos de idade.

Ele acrescenta estarem em causa mais de 400 hectares, que as autoridades têm estado a ceder a particulares, para autoconstrução dirigida.

O conflito dura há 13 anos e parece não ter um fim à vista.

O Tribunal do Huambo, no início do ano passado, aceitou uma providência cautelar apresentada pelos camponeses, mas o cenário não se alterou.

O porta voz da comunidade, Francisco Silva, diz não entender a insistência das autoridades e, por isso, os camponeses pretendem realizar uma marcha de protesto neste mês.

“O facto do tribunal ter decidido a providência cautelar, lhes torna inaptos a cederem essas terras a particulares, pois, configura uma violação ante a decisão do Tribunal”, sublinha aquele líder comunitário.

Por sua vez, o administrador municipal, Azevedo Cambiambia, afirma que “o que se configura na lei é que a terra é propriedade originária do Estado, niuguém por si só pode, sem fundamentos legais, entender que tenha titularidade deste ou daquele espaço”, sem se referir à providência cautelar.

Jà Cidália Gomes, da organizaçao não governamental, Acção de Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA) defende a revisão da lei de terras para por termo a estes conflitos.

Ele acrescenta que muitos dos grandes empresários não tratam os processos localmente, gozam de facilidades e acabam por não fazer nada de produtivo nessas terras, enquanto as comunidades camponesas ficam vulneráveis.

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