As Alfândegas de Moçambique reconhecem haver ainda fraquezas e corrupção na fiscalização da exploração da madeira e prometem apertar o cerco para combater a exportação ilegal deste recurso.
A maior parte do produto segue para a China, que importa mais de 90 por cento da madeira moçambicana.
Analistas afirma, no entanto, que esta situação mostra a incapacidade das autoridades moçambicanas em combater o comércio ilegal de madeira, fenómeno que tem provocado a devastação da floresta em Moçambique.
Em pleno período de defeso na exploração florestal, foram apreendidos há dias três camiões com cerca de 6. 700 metros cúbicos de madeira, prestes a serem exportados, através de esquemas de corrupção.
No ano passado, as alfândegas apreenderam mais de 50 contentores de madeira, um aumento significativo relativamente a 2015.
Este ano, as acções de fiscalização vão incidir sobre os prevaricadores, muitos dos quais usam o Porto da Beira nas suas operações.
"Este ano seremos mais rigorosos na fiscalização das exportações de madeira relativamente ao ano passado", destacou António Camacho, das Alfândegas de Moçambique.
O ministro moçambicano da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, enaltece a decisão porque "há um cenário desolador, lastimável e inaceitável, um processo (de exportação) em que o valor sai e fica a pobreza para os moçambicanos".
Correia quer inverter este cenário através de uma entidade reguladora porque "este processo de exportação da madeira tem pressionado a nossa floresta, e o Governo tudo fará para que nos próximos três meses tenhamos aprovado um modelo de exportação que não pressione os recursos naturais".
Estatísticas oficiais indicam que Moçambique exporta 100 milhões de dólares em madeira para a China.
Contudo, dados chineses estimam em 400 milhões de dólares a importação de madeira que a China faz anualmente de Moçambique.