O Tribunal de Recursos do Segundo Circuito, em Nova Iorque, recusou, hoje, 7 de Março, liberdade sob caução ao libanês Jean Boustani, detido, por alegado envolvimento no escândalo das “dívidas ocultas” de Moçambique.
Boustani deverá aguardar na prisão o seu julgamento, no caso que envolve Manuel Chang, antigo ministro moçambicano das finanças.
Outros moçambicanos implicados e cujas identidades foram agora reveladas pelos Estados Unidos são António do Rosário, alto funcionário dos serviços de inteligência, e gestor das empresas EMATUM, ProIndicus e MAM, criadas no âmbito do escândalo; e Teófilo Nhangumele, oficialmente sem ligações com Estado, mas tido na acusação como ao serviço de interesses do gabinete do presidente Guebuza.
A estes juntam-se três antigos funcionários seniores do Credit Suisse e a outro libanês, Najib Allam, também conhecido como "Naji Allam", director financeiro da Privinvest, e colega de Boustani.
Chang aguarda também na prisão, na África do Sul, a decisão da sua extradição para os Estados Unidos.
Andrew Pearse, Surjan Singh e Detelina Subeva, antigos funcionários do Credit Suisse, detidos em Londres, e em liberdade sob caução, vão no dia 29 ao Tribunal de Magistrados de Westminster, que vai decidir pela sua extradição para os Estados Unidos ou não.
Esquema danoso
Todos são acusados pelos Estados Unidos de participação num esquema danoso envolvendo dois mil milhões de dólares americanos em empréstimos a empresas controladas pelo Estado moçambicano.
Os crimes incluem conspiração para violar a lei anti-suborno dos Estados Unidos, fraude e branqueamento de capitais.
Chang foi um dos assinaram as garantias entregues ao Credit Suisse, em nome do governo de Armando Guebuza, cujo mandato terminou em 2015. Boustani era o principal vendedor na empresa naval Prinvivest, de Abu Dhabi, com contratos com Moçambique.
Entretanto, em Maputo subiu para 10 o número de detidos em conexão com o mesmo escândalo.
Hoje, segundo a imprensa local, recolheu aos calabouços Ângela Leão, esposa de Gregório Leão, ex-chefe dos serviços de inteligência, também já na cadeia.