Segundo a Bloomberg, um antigo executivo da General Electric Co. (GE) foi acusado de fraude por alegações de ter utilizado documentos falsos para convencer o governo de Angola a rescindir contratos com outra empresa para um projeto de energia e água no valor de 1,1 mil milhões de dólares.
Wilson Daniel Freita da Costa compareceu no tribunal federal de Manhattan, na quarta-feira, depois de ter sido revelada uma acusação de quatro crimes de fraude e roubo de identidade.
O antigo funcionário da GE, que o seu advogado e os procuradores descreveram como um executivo sénior, foi detido no Aeroporto Internacional de Los Angeles depois de ter viajado para os EUA para vender 20 quilos de ouro em outubro, escreve ainda a Bloomberg.
A sua detenção surge na sequência de um longo litígio entre a GE e uma empresa portuguesa de infra-estruturas, a Aenergy SA, que levantou alegações de conduta imprudente e de encobrimento contra a empresa americana. Da Costa, de 50 anos, é acusado de adulterar documentos do governo angolano como parte de um esquema para excluir a Aenergy de um negócio e encobrir uma disparidade contabilística.
A procuradora-geral adjunta dos EUA, Jennifer Ong, disse em tribunal que havia outras facetas da investigação que "ainda não foram acusadas".
O advogado de Da Costa, Maurice Sercarz, disse que o seu cliente tem "todas as intenções de defender estas acusações".
Um porta-voz da GE disse que a empresa estava perturbada com as alegadas acções do antigo funcionário e que tinha cooperado com o Departamento de Justiça.
Ainda de acordo com o artigo da Bloomberg, publicado a 15 de dezembro, o advogado de Wilson da Costa ofereceu uma caução de 2,5 milhões de dólares e a transferência da mulher e do filho de Portugal para Nova Iorque, numa tentativa de garantir a fiança. Mas o juiz distrital dos EUA P. Kevin Castel decidiu contra ele depois de ouvir os argumentos da acusação sobre a ligação de da Costa a "altos funcionários do governo" e as inconsistências nas suas declarações ao governo dos EUA.
A Aenergy intentou várias acções judiciais contra a GE, numa tentativa de responsabilizar a empresa pelas consequências do negócio com Angola.
De acordo com uma ação judicial apresentada em 2022, a GE concordou em fornecer turbinas à empresa e em conceder uma linha de crédito de 1,1 mil milhões de dólares ao governo angolano para financiar os projectos da Aenergy. O negócio desmoronou, disse a Aenergy, quando a GE manipulou as vendas de turbinas para aumentar seus números de receita.
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