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Ex-Director do FBI vai depor no Congresso


Donald Trump (esq.) e James Comey (dir.)
Donald Trump (esq.) e James Comey (dir.)

Quando forem 10 horas de quinta-feira, Washington estará no centro das atençōes dos Americanos e do mundo. O ex-director do FBI, James Comey, irá depôr no Congresso. A Casa Branca estará pendente

O ex-director do FBI, James Comey irá dizer na Comissão dos Serviços Secretos do Senado, esta quinta-feira, que o Presidente Donald Trump lhe pediu lealdade em conversas mantidas na Casa Branca sobre a forma como decorriam as investigaçōes do FBI a actuais e antigos responsáveis da administração , incluindo o próprio presidente.

A Comissão divulgou em avanço uma cópia das 7 páginas que constituem o depoimento de abertura de Comey, um dia antes dele comparecer perante o painel. A divulgação ocorreu pouco depois do Director dos Serviços Secretos Nacionais e outros altos responsáveis da comunidade dos serviços secretos terem recusado responder a perguntas da Comissão sobre Comey e a investigação sobre a Rússia.

Na sua declaração, Comey oferece detalhes explosivos e descriçōes de cinco conversas separadas que manteve com Trump, incluindo fortes sugestōes de que o presidente Trump tentou influenciar as investigaçōes do FBI

“O presidente disse ‘preciso de lealdade, espero lealdade,’ conta Comey sobre um desses encontros na Casa Branca.

“Não me mexi, falei ou alterei a minha expressão facial de forma alguma durante o silêncio embaraçoso que se seguiu. Olhamos simplesmente um para o outro, em silêncio."

Declaração à Comissão

Em declaraçōes Comey disse ter dito a Trump em mais de uma ocasião não ser ele objecto da investigação a se os seus associados tinham tido contactos impróprios com responseveis governamentais russos.

Noutra passagem, Comey irá testemunhar que a 14 de Fevereiro, Trump lhe pediu para “deixar cair isto” sobre a investigação a Michael Flynn, que fora despedido, no dia anterior,de conselheiro de segurança nacional. Trump terá elogiado Flynn e dito esperar que a investigação terminasse.

No mês passado, Trump negou ter pressionado Comey a encerrar ou a desistir da investigação. Trump negou também alegaçōes de que membros da sua campanha presidencial tenham conspirado com a Russia para influenciar a eleiçao presidencial.

Porta-voz da Casa Branca Sarah Huckabee Sanders disse aos repórteres achar interessante o momento em que estas declaracōes foram tornadas públicas.

Trump despediu Comey o mês passado. Primeiramente, a Casa Branca disse que a demissão for a feita por sugestão o vice-procurador-geral Rod Rosenstein, que enviara memo a criticar a forma como Comey tratara a investigação à questão das mensagens electrónicas da antiga candidata presidencial democrata Hillary Clinton.

Mais tarde, Trump apresentou razão contraditória dizendo a um jornalista que quando despediu Comey pensou na investigação à questão Rússia.

Historiadores presidenciais dizem que caso se confirme, a versão dos eventos de Comey representam um desafio significativo às tradicionais barreiras cujo objective é de preservar a independência das instituiçōes.

Alguns criticos de Trump dizem que as descriçōes da sua tentativa de intervenção eram não só inapropriadas, como obstrução à justiça.

O depoimento de Comey provocou fortes reacçōes por parte dos congressistas democratas, que descreveram as alegaçōes como “problemáticas” e que representam “outro esforço impróprio para pressionar as agências dos serviços secretos a fazerem relaçōes públicas para a Casa Branca e a minar a indpendência e integridade da comunidade dos serviços secretos.”

Os republicanos dizem que o depoimento não é significativo. Num tweet, o Comité Republicano Nacional sugere que o testemunho de Comey é “inconsequente.”

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