As acusações contra dois assessores da campanha do Presidente Donald Trump, formalizadas nesta segunda-feira, 30, não têm nada a ver com o presidente Donald Trump nem com a sua campanha e não mostram evidências de conluio entre a campanha e a Rússia, disse a secretária de Imprensa da Casa Branca.
“O anúncio de hoje não tem nada a ver com o Presidente, não tem nada a ver com a campanha do Presidente ou a actividade da campanha”, garantiu Sarah Sanders na conversa com jornalistas.
“Nós temos dito, desde o primeiro dia, que não há provas de conluio Trump-Rússia, e nada no indiciamento de hoje muda isso”, acrescentou.
Paul Manafort, ex-director da campanha de Donald Trump, George Papadoupoulos, antigo assessor para a política externa, e Rick Gates, ex-sócio de Manafort foram acusados hoje, depois de cinco meses de investigação do Procurador Especial do Departamento de Justiça, Robert Mueller.
Prisão domiciliária
Manafort e Gates foram acuados num tribunal federal em Washington.
Ambos se declararam inocentes frente uma série de incriminações numa acusação formal de 12 crimes, de lavagem de dinheiro a actuação como agentes não registados do ex-Governo pró-Rússia da Ucrânia, passando por conspiração contra o Estado e declarações falsas a investigadores federais.
O tribunal colocou ambos sob prisão domiciliária.
A investigação de Mueller e outras apurações feitas por comités do Congresso sobre supostos esforços russos para influenciar a eleição criaram uma sombra sobre os primeiros nove meses do Presidente republicano no poder.
Trump e sua campanha não foram mencionados na acusação, mas muitas das acusações, algumas com mais de uma década, têm a ver com o trabalho de Manafort para a Ucrânia, em vez da campanha de Trump.
As acusações contra Manafort podem pressioná-lo a cooperar com a investigação de Mueller sobre a Rússia, disse Renato Mariotti, ex-procurador federal em Chicago.
“Se eu fosse o advogado da defesa, eu estaria analisando cooperar”, afirmou Mariotti.
Culpado e Rússia
Por seu lado, George Papadopoulos, ex-assessor de campanha de Trump, declarou culpado neste mês de fazer falsas declarações ao FBI.
O gabinete de Mueller disse que Papadopoulos mentiu a agentes do FBI sobre o momento do contacto entre ele e um professor em Londres que afirmou ter informações que prejudicariam a candidata democrata à Presidência Hillary Clinton.
Papadopoulos “encontrou-se com o Governo em numerosas ocasiões para fornecer informações e responder perguntas”, de acordo com um documento judicial.
Entretanto, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders minimizou o papel de Papadopoulos na campanha, dizendo que era “extremamente limitado” por ser um voluntário.