Os militares sudaneses e os grupos armados aliados lançaram no sábado, 11, uma ofensiva sobre Wad Madani, a capital do Estado de Al-Jazira, entrando na cidade após mais de um ano de controlo paramilitar, informou o exército.
As forças armadas “felicitaram” o povo sudanês numa declaração sobre “a entrada das nossas forças na cidade de Wad Madani esta manhã”.
O exército do Sudão e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF) estão em guerra desde abril de 2023, criando o que a ONU chama de a pior crise de deslocados do mundo e com declarações de fome em partes do país do nordeste africano.
Um vídeo que o exército partilhou nas redes sociais mostrava combatentes que afirmavam estar dentro de Wad Madani, depois de uma fonte do exército ter dito à AFP que tinham “invadido a entrada oriental da cidade”.
As imagens parecem ter sido filmadas no lado ocidental da ponte Hantoub, no norte de Wad Madani, que está sob controlo da RSF desde dezembro de 2023.
O gabinete do porta-voz do governo e ministro da Informação, Khalid al-Aiser, aliado do exército, afirmou que o exército tinha “libertado” a cidade.
A AFP não pôde verificar de forma independente a situação no terreno, uma vez que as comunicações estão bloqueadas há meses.
“O exército e os combatentes aliados espalharam-se à nossa volta pelas ruas da cidade”, disse uma testemunha ocular à AFP a partir da sua casa no centro de Wad Madani, pedindo anonimato para sua segurança.
Testemunhas oculares em cidades controladas pelo exército em todo o Sudão relataram que dezenas de pessoas saíram às ruas para celebrar a ofensiva do exército.
Nos primeiros meses da guerra entre o exército e as RSF, mais de meio milhão de pessoas procuraram abrigo em Al-Jazira, antes de uma ofensiva relâmpago das forças paramilitares ter deslocado mais de 300 000 pessoas em dezembro de 2023, segundo as Nações Unidas.
Desde então, a maioria tem sido repetidamente deslocada, à medida que os temidos paramilitares - que os Estados Unidos afirmaram esta semana terem “cometido genocídio” - se deslocam cada vez mais para sul.
A guerra já matou dezenas de milhares de pessoas e desalojou mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de três milhões fugiram para além fronteiras.
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