O exército do Senegal revelou ter capturado três bases rebeldes na região de Casamansa com o apoio das autoridades da Guiné-Bissau, após o início dos combates num conflito há muito adormecido.
Oficiais do exército senegalês disseram à AFP que a operação foi lançada para proteger a região após "abusos" cometidos pelos rebeldes contra civis.
O conflito em Casamansa, que está separado do resto do Senegal pela Gâmbia, é um dos mais antigos da África e já custou milhares de vidas desde que eclodiu em 1982.
A região voltou a uma calma tensa nos últimos anos, até que o exército senegalês lançou uma nova ofensiva a 26 de Janeiro, tendo os rebeldes acusado Dakar de "reiniciar a guerra".
No início deste mês, fontes no local revelaram à VOA relatos de mortes e feridos entre as forças opositoras e civis, após uma disputa pela posse de terra com a população da aldeia de Bissin, na secção de Gudomp, quando se avizinha a campanha de comercialização da castanha de caju.
Da parte da Guiné-Bissau, o som dos tiros chegou às “tabancas de Gã-Jandi, Tarreiro, Sedengal, Catel, Quintcha, as mais próximas da linha fronteira”, disse um residente.
Um comunicado atribuído ao Movimento da Frente Democrática de Casamansa (MFDC) “avisa que toda agressão das Forças Armadas do Senegal desencadeadas, a partir da Guiné-Bissau, será considerada, nem mais, nem menos, como uma declaração de guerra contra Casamansa”.
Sob anonimato, um operacional do MFDC, ligado à ala de Salif Sadio, desmente o envolvimento do seu líder nas presentes escaramuças.