Trinta e sete eurodeputados de seis grupos políticos e 14 nacionalidades enviaram, esta semana, uma carta ao Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, onde demonstram preocupações sérias sobre a deterioração da situação de direitos humanos no país.
Na carta, enfatizam o assédio judicial do jornalista Rafael Marques, a detenção e processos contra os activistas de Cabinda Arão Bula Tempo e José Marcos Mavungo, assim como o alegado massacre no Huambo, em Abril passado.
Para os eurodeputados, as questões dos direitos humanos e liberdade de imprensa são fundamentais, tanto para a Europa como para Angola.
Em entrevista à Voz da América, a portuguesa Liliana Rodrigues, eurodeputada pelo Partido Socialista Europeu, diz esperar acções do Presidente angolano, porque a União Europeia quer que os seus parceiros respeitem os direitos humanos.
Para Rodrigues, não se pode continuar a condenar jornalistas por exprimirem a sua opinião ou investigaram os direitos humanos. Mas, também, reitera a eurodeputada socialista, situações como a do Huambo não podem voltar a acontecer e, por esse motivo, os subscritores da carta acreditam que haverá uma investigação independente.
As relações entre Angola e União Europeia não estão em causa, mas Rodrigues lembra que as duas partes assinaram acordos que exigem o respeito pelos direitos humanos e liberdades de expressão. Ela recorda que as regras não podem ser alteradas a meio do jogo e que "haverá cosequências" se esses acordos não forem respeitados
Rodrigues, que prefere pensar pela positiva, acredita que a carta que os eurodeputados escreveram ao Presidente angolano terá resposta.