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EUA transfere fundos de ajuda a minorias perseguidas no Médio Oriente da ONU para a USAID


Mike Pence
Mike Pence

"Não dependemos mais apenas das Nações Unidas para ajudar os cristãos e minorias perseguidos", afirmou Pence.

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, disse que o país não financiará mais as iniciativas “ineficazes” da Organização das Nações Unidas (ONU) de ajuda às minorias religiosas perseguidas no Médio Oriente, e, em vez disso, canalizará o apoio por meio da sua Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

Pence anunciou a mudança num discurso na quarta-feira, 25, à noite, durante um jantar com um grupo denominado “In Defence of Christians” (Em Defesa de Cristãos), que "promove uma maior sensibilização sobre a situação dos cristãos no Médio Oriente".

"Não dependemos mais apenas das Nações Unidas para ajudar os cristãos e minorias perseguidos na sequência do genocídio e atrocidades de grupos terroristas", afirmou Pence.

"Doravante, os Estados Unidos trabalharão de mãos dadas com grupos religiosos e organizações privadas para ajudar os que são perseguidos por causa da sua fé".

O vice-presidente disse que a ONU não ajudou as minorias religiosas, deixando-as "sofrer e lutar de forma desnecessária".

Pence não deu detalhes sobre os países envolvidos, o momento da mudança ou os valores que serão transferidos das contribuições dos Estados Unidos para as Nações Unidas.

Ele disse que o cristianismo está "sob ataques sem precedentes, nas terras milenares onde cresceu", fazendo referência específica ao Iraque, Síria, Egipto e Líbano.

A VOA não obteve respostas imediatas das Nações Unidas e do Departamento de Estado, após o discurso de Pence.

As principais agências de ajuda das Nações Unidas são o PNUD (desenvolvimento), ACNUR (refugiados), UNICEF (infância) e PMA (alimentação).

Segundo últimos dados, os Estados Unidos disponibilizam à ONU cerca de 4.5 mil milhões de dólares por ano.

O país é o maior doador de todas as agências, excepto a UNDP.

Sem clareza da administração Trump, é impossível saber de que forma estes programas poderão ser afectados.

Por exemplo, o financiamento inclui 311 milhões para o UNDP.

Mais de um terço desse valor vai para o Afeganistão, cerca de 13 milhões para programas no Iraque, e desses 311 milhões, 66 milhões são já directamente canalizados através da USAID.

John Eibner, presidente da organização Christian Solidarity International (Solidariedade Cristã Internacional), com base em Zurique, disse que é preciso fazer mais do que redirecionar a ajuda para os cristãos e outras minorias ameaçadas no Iraque e Síria.

Para Eibner, “é verdade que a ONU é uma enorme organizaçao burocrática e com muita poíltica sobre a distribuição da ajuda, mas é o mesmo que a USAID”.

“A grande questão que os cristãos do Médio Oriente enfrentam não é a ajuda humanitária, é a segurança. A insegurança é que colocou-os na actual posição de dependência de ajuda,” disse.

Ele afirmou também que a política dos Estados Unidos contribuiu para os desafios que os cristãos enfrentam no Médio Oriente.

"Ocorreram ondas de perseguição de cristãos e outras minorias religiosas ao longo de séculos, mas não se questiona a instabilidade criada por políticas falhadas de mudança de regimes, que não produziram o que foi prometido,” disse Eibner.

O discurso de Pence não foi o primeiro em que a administração Trump anuncia a redução da contribuição para a ONU.

Em Junho, sob pressão dos Estados Unidos, o Conselho de Segurança votou para a redução de 600 milhões de dólares do orçamento anual de oito mil milhões para a manutenção da paz.

A administração Trump também anunciou em Abril o corte da contribuição para o Fundo das Nações Unidas para a População.

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