Washington anunciou terça-feira, 8, sanções contra o alto dirigente das Forças de Apoio Rápido (RSF), Algoney Hamdan Daglo Musa - irmão mais novo do chefe da RSF, General Mohamed Hamdane Daglo -, "pelo seu envolvimento nos esforços das RSF para adquirir armas e outro material militar que permitiram as operações em curso das RSF no Sudão, incluindo o seu assalto a El Fasher, a capital do Darfur do Norte".
De acordo com o Departamento de Estados dos EUA, Algoney incrementou a guerra no país "e as atrocidades brutais cometidas pelas RSF contra civis, que incluíram crimes de guerra, crimes contra a humanidade e limpeza étnica".
O comunicado fala ainda de "violência sexual e ataques com objectivos étnicos contra grupos não árabes".
“Enquanto os Estados Unidos, as Nações Unidas e a União Africana lutam pela paz, os indivíduos de ambos os lados, incluindo Algoney Hamdane Daglo Musa, continuam a obter armas para prosseguir os ataques e outras atrocidades contra os seus concidadãos”, declarou Bradley Smith, subsecretário do Tesouro para o Terrorismo e a Informação Financeira, citado no comunicado.
As sanções prevêem o congelamento de todos os bens detidos por Daglo nos Estados Unidos, quer direta quer indiretamente, bem como a proibição de qualquer empresa ou cidadão americano de negociar com ele, sob pena de processo judicial, ou de qualquer transação que passe pelos Estados Unidos.
Proíbem igualmente as instituições financeiras de participarem em transacções que envolvam o Sr. Daglo ou empresas direta ou indiretamente detidas ou geridas por ele. O Departamento de Estado especificou que estas sanções proibiam Algoney Hamdane Daglo Musa de entrar nos Estados Unidos.
A guerra no Sudão despoletou em 2023 entre as Forças de Apoio Rápido (FAR) do general Mohamed Hamdane Daglo e o exército liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, o líder de facto do país.
Ambas as partes foram acusadas de crimes de guerra, nomeadamente de atacar civis e de bloquear a ajuda humanitária.
Para alem das dezenas de milhares de mortos, o Sudão vive a pior crise humanitária do mundo, com cerca de 26 milhões de pessoas a enfrentar uma grave insegurança alimentar, e mais de 11 milhões de deslocados.
c/ AFP
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