Os Estados Unidos querem ser o parceiro preferido de Angola, disse esta quarta-feira, 17, o secretário de Estado americano.
John Kerry fez esta afirmação numa conferência de imprensa após um encontro em Washington com o ministro das Relações Exteriores de Angola Georges Chikoty em que a situação internacional, em geral, e em África, em particular, foi alvo de discussão.
O chefe da diplomacia americana reconheceu que no passado, mesmo recente, as relações com Angola atravessaram fases menos boas e acrescentou que agora “temos uma relação diferente e temos que fortalecê-la”.
“Angola é um líder na região particularmente em questões de segurança”, disse Kerry para quem aquele país “está a jogar um papel importante em juntar as nações africanas para se alcançar a paz na região dos Grandes Lagos”, fazendo referência especial à parte leste da Republica Democrática do Congo(RDC).
“Eu quero agradecer ao presidente Santos pelo seu empenho pessoal neste esforço”, acrescentou o secretário de Estado.
Entretanto, Kerry disse que os interesses comuns entre os Estados Unidos e Angola vão para além da situação na RDC.
“Em questão após questão os nossos interesses estão a alinhar-se”, disse o secretário de Estado americano, que mencionou a segurança marítima, pirataria, pesca ilegal e tráfico humano como assuntos em que os dois pais partilham da opinião.
“Este é um momento de grande oportunidade nas relações entre Angola e os Estados Unidos e é também um momento de grande decisão”, acrescentou.
“Queremos ser o parceiro de escolha de Angola”, disse, afirmando que analisou com o seu homólogo angolano a situação em diversas partes do mundo, tendo em conta a presença de Angola no Conselho de Segurança da ONU a partir de Janeiro.
Por sua vez, o ministro angolano das Relações Exteriores afirmou que a chegada a Angola este ano da embaixadora Helen la Lime permitiu “acelerar” as relações entre os dois países e frisou os esforços da embaixadora em organizar a cimeira sobre a segurança e energia dos países do Golfo da Guiné que “provavelmente vai realizar-se no primeiro semestre” de 2015.
Chikoty sublinhou que Angola está interessada em garantir a segurança marítima na zona e lembrou que recentemente Angola foi alvo de uma ataque “numa das suas plataformas petrolíferas".
Para garantir a segurança, Chikoty disse esperar que da cimeira saiam propostas concretas e que países como os Estados Unidos possam colaborar no reforço da marinha angolana.
Ao abordar a futura presença de Angola no Conselho de Segurança o ministro angolano disse que a cooperação entre os Estados Unidos e Angola “vai continuar”.
“Vamos continuar a trocar impressões”, garantiu Chikoty que teceu grandes elogios à decisão do Governo americano de restabelecer relações diplomáticas com Cuba e aliviar o embargo àquele país.
“Esta era uma batalha em que estávamos em lados opostos e hoje encontrámo-nos do mesmo lado neste problema particularmente importante”, disse Chikoty.
“Felicitamos o secretário Kerry e o Presidente Obama por esta posição tomada que, a meu ver ,satisfaz a maior parte da comunidade internacional”, realçou o ministro angolano.
Após o encontro com John Kerry, o chefe da diplomacia angolana partiu para França onde encontra-se esta quinta-feira, 18, com o seu homólogo Laurente Fabius e preside um fórum empresarial no qual participam homens de negócios de Angola e França.