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EUA e Quénia juntos contra a influência da China e Rússia em África


O Presidente do Quénia, William Ruto, visita os EUA, em Washington
O Presidente do Quénia, William Ruto, visita os EUA, em Washington

Os Estados Unidos estenderam a passadeira vermelha ao Presidente do Quénia, William Ruto, em Washington D.C.. O Quénia poderá tornar-se o primeiro país da África Subsariana a ser designado como um grande aliado não pertencente à NATO, afirmou a Casa Branca. Um "grande aliado não pertencente à NATO" é um país cujas forças armadas têm uma relação de trabalho estratégica com os Estados Unidos.

A importante medida estratégica assinala a deslocação da cooperação de segurança dos EUA para a África Oriental, no momento em que as tropas americanas se preparam para deixar o Níger, deixando um vazio que as forças russas começaram a preencher. Atualmente, outros 18 países têm este estatuto, que dá prioridade aos laços militares e diplomáticos, embora sem um pacto de segurança formal.

Ao cumprimentar Ruto diante de uma guarda de honra colorida no relvado sul da Casa Branca, Biden enfatizou que os dois países estão "unidos pelos mesmos valores democráticos". "Somos mais fortes e o mundo é mais seguro quando o Quénia e os Estados Unidos trabalham juntos", disse Biden.

Biden discursa na Casa Branca, 23, ao lado do Presidente do Quénia
Biden discursa na Casa Branca, 23, ao lado do Presidente do Quénia

No discurso desta manhã, 23, o Presidente do Quénia disse que os dois presidentes vão abordar a "paz e segurança no Corno de África e adiantou que as discussões entre os dois líderes se centrariam nas resolução das alterações climáticas, o problema da dívida e a segurança da África Oriental. "Estou confiante, Senhor Presidente, que a parceria entre os Estados Unidos e o Quénia nos dará as soluções de que o mundo tanto precisa", afirmou Ruto.

Os dois países emitirão também uma "declaração de visão conjunta" sobre a redução das dívidas crescentes dos países em desenvolvimento e a desvantagem que representam para os países africanos que tentam fazer crescer as suas economias.

A Casa Branca prometeu anúncios de parcerias no domínio da saúde e da luta contra as alterações climáticas, bem como investimentos do sector privado. Espera-se que as conversações na Sala Oval também se centrem na liderança do Quénia numa próxima missão policial internacional no Haiti - para onde vai enviar 1.000 agentes de segurança -, que se encontra embrulhado numa crise política e humanitária.

"Habari" - Casa Branca recebe o Presidente do Quénia
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Um aliado contra a China e a Rússia

A África tem estado frequentemente em segundo plano para os diplomatas americanos, mas as atuais movimentações geopolíticas da China e da Rússia têm criado agitação em Washington.

A Rússia estabeleceu novos pontos de apoio - mais recentemente no Níger, onde os Estados Unidos concordaram em retirar os seus 1.000 soldados, para dar lugar às tropas russas. Outros acordos militares têm sido estabelecidos com vários países africanos.

Os Estados Unidos também enfrentam a concorrência da China, que tem injetado milhares de milhões em infra-estruturas em África nas últimas duas décadas, deixando os líderes africanos presos a uma dívida financeira. A reestruturação da dívida pesada dos países africanos para com o maior credor do mundo, a China, é um dos grandes objetivos do presidente Rudo durante a sua visita de quatro dias à capital norte-americana.

A Casa Branca apresentou uma série de acordos relacionados com a segurança, que incluem oportunidades de formação e exercícios militares, assistência na gestão de refugiados, investimentos dos EUA no sector da segurança do Quénia, esforços de combate ao terrorismo, incluindo uma maior partilha de informações e, para além de tudo isto, 16 helicópteros e 150 veículos blindados.

A visita de William Ruto é a primeira visita de Estado a Washington de um líder africano em mais de 15 anos, numa altura em que os Estados Unidos estão a perder terreno no continente para a China e a Rússia.

O significado da visita não passou despercebido à primeira-dama Jill Biden, que, levantando o véu, disse que o jantar de gala se vai realizar num pavilhão com tectos de vidro, situado sob as estrelas, de um coro gospel, de tapetes felpudos e "do brilho das velas num espaço saturado de rosas e vermelhos quentes".

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