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EUA prometem nova ajuda ao Haiti e instam ONU a autorizar missão de segurança


Gangues fazem muita gente abandonar as suas casas, Port-au-Prince
Gangues fazem muita gente abandonar as suas casas, Port-au-Prince

NOVA IORQUE (Reuters) - Os Estados Unidos anunciaram, nesta sexta-feira, 22, mais 65 milhões de dólares em ajuda para a polícia do Haiti e instaram o Conselho de Segurança da ONU a apoiar formalmente o envio de uma missão de segurança multinacional para ajudar o país caribenho a combater a violência das gangues.

Falando numa reunião em Nova Iorque sobre a situação de segurança no Haiti, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que a missão, liderada pelo Quénia, poderia ser enviada "dentro de meses".

“Realmente não temos tempo a perder”, disse Blinken.

O Haiti pediu, no ano passado, ajuda para combater gangues violentas que invadiram em grande parte a capital, Port-au-Prince. O conselho poderá votar já na próxima semana, disseram diplomatas, uma resolução elaborada pelos EUA apoiando um destacamento policial multinacional.

Embora não tenha fornecido tropas, Blinken disse que o governo Biden trabalhará com o Congresso dos EUA para disponibilizar US$ 100 milhões para apoiar a missão multinacional com assistência logística e financeira. Tal pode incluir apoio de inteligência, transporte aéreo, comunicações e apoio médico, disse ele.

Os 65 milhões de dólares anunciados na sexta-feira terão como objetivo reforçar a capacidade da polícia haitiana para desmantelar as gangues, disse Blinken.

Sanções

Os EUA também estavam a impor novas proibições de vistos a antigos e actuais funcionários haitianos que, segundo Blinken, estavam a facilitar a violência.

Washington apoia a visão do Quénia para uma missão de segurança tripartida que inclui ajudar a polícia haitiana, garantir a segurança de instalações estáticas e vias públicas e reforçar a aplicação da lei a longo prazo, disse Blinken.

O presidente queniano, William Ruto, disse na Assembleia Geral na quinta-feira: “Não devemos deixar o Haiti para trás”.

Os países têm sido cautelosos em apoiar a administração não eleita do primeiro-ministro Ariel Henry, que afirmou que eleições justas não podem ser realizadas com a actual insegurança. O Haiti está sem representantes eleitos desde janeiro.

“O meu governo interino está determinado a realizar eleições o mais rápido possível”, disse Henry na Assembleia Geral, na sexta-feira, acrescentando que a segurança no Haiti se deteriorou a um “ponto crítico”, já que “os criminosos sentem que são todos poderosos”.

Restaurar a ordem

“Peço ajuda para permitir que os haitianos permaneçam nas suas casas”, disse ele, solicitando novamente “ajuda para reforçar a polícia nacional do Haiti para que ela possa realmente responder aos desafios que enfrenta” e a autorização do Conselho de Segurança para essa ajuda.

O líder de gangue mais poderoso do Haiti pediu, esta semana, o afastamento de Henry, instando os haitianos a saírem às ruas contra o governo não eleito.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse num relatório ao Conselho, no mês passado, que era necessário um “uso robusto da força” por parte de um destacamento policial multinacional e o uso de meios militares para restaurar a lei e a ordem no Haiti e desarmar gangues.

Tal destacamento policial multinacional não seria uma missão da ONU.

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