Um ex-soldado chileno acusado de torturar e matar popular cantor folk Victor Jara, há 50 anos, durante a ditadura do país, foi preso na Flórida, disseram autoridades nesta terça-feira,10.
Pedro Pablo Barrientos está sob custódia das autoridades de imigração depois de ter sido detido na última quinta-feira na cidade de Deltona, no sul do estado dos Estados Unidos.
O suspeito deverá ser extraditado para o Chile, onde é procurado pelas autoridades desde 2013.
“Barrientos terá agora que responder às acusações que enfrenta no Chile por envolvimento na tortura e assassinato extrajudicial de cidadãos chilenos”, lê-se num comunicado do agente do Departamento de Segurança Interna dos EUA, John Condon.
Barrientos, que vive nos Estados Unidos desde 1989, perdeu a sua cidadania americana em julho, quando um tribunal determinou que ele havia ocultado informações sobre o serviço militar.
Um tribunal da Flórida, em 2016, declarou-o responsável pela tortura e assassinato de Jara como parte de uma ação civil movida pela família do cantor, que recebeu então US$ 28 milhões.
Uma das vozes folk mais queridas do Chile, Jara tornou-se um ícone para centenas de artistas que sofreram violações dos direitos humanos no regime de Pinochet e inspirou artistas internacionalmente, incluindo U2, Bob Dylan e Bruce Springsteen.
O cantor, cujas letras falavam de amor e protesto social, tornou-se um ícone da música popular latino-americana com canções como “O Direito de Viver em Paz”, “O Cigarro” e “Lembro-me de Amanda”.
A prisão de Barrientos ocorre poucas semanas depois do Supremo Tribunal do Chile ter condenado sete militares aposentados a até 25 anos de prisão pelo sequestro e assassinato de Jara.
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